segunda-feira, 20 de maio de 2013

CÓDIGO DE BARRAS






Hoje só queria um poema de alívio,
Que celebrasse a alegria implícita
Do que não digo.
Que disfarçasse o riso explícito
Desse caos que me rodeia.
E não encontra indícios que me chateia.

E assim pudesse, quem sabe,
Ter coragem de ler os livros que ainda não li
De abordar as minhas ideias de forma mais concreta
E de fotografar o instante
Pela minha objetiva.
Não, não me rotulem a um único estilo
Que não sou passível de síntese
Nem uma fileira de símbolos
Desconhecidos.



quarta-feira, 15 de maio de 2013

HORAS VAZIAS



Minha face escura esta dormente.
Quando acordada mente para minha face clara,
Fala que a felicidade é cara,e que raramente existe luz
Uma luz sábia que me redima da hipocrisia.

Eu que não domino o esvair do sonho, 
Mas também não sou dominada por ele,
Apenas fito esta alternância de sedes,
Essa redes que imaginam me prender.

Nada mais oblitera meus selos.
Criei um mundo em que mesclando
Medos, tempestades e um arco-íris
A cor final é da minha íris,
E da minha boca 
Aflita no teu silêncio.

As horas, as horas apenas nos contemplam.
Magníficas guardiãs cortantes e dilacerantes
Daquilo que se chama tempo.


quinta-feira, 2 de maio de 2013

QUADRO DE AVISOS




Sinto sua falta. Não sei seu endereço, telefone,
Apenas sei que existi num espaço curto de tempo em sua vida.
As coisas tornaram-se mornas, os dias curtos, as desculpas mais elaboradas.
Nada que se diga supre a minha falta em dizer que você ainda é parte de mim.

Muita coisa aconteceu comigo,
Fiz novos amigos,
Viajei por mil lugares
Levei você na lembrança.

Mas nada disso basta.
Quero que venha,
Que divida sua existência
Se você quiser.
Prometo reciprocidade e cumplicidade.

Não me resta muito senão o seguinte:
Publicar nesse pedaço de jornal
Com algum requinte o meu endereço:
Rua da Saudade.