sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

REPLETA DE GRAÇA



Sob qual anjo e qual lua
Nascerá a menina dos meus sonhos?
Neste tempo quase cabalístico
Onde és detentora de 33 semanas
E da minha vida toda.
Ouço em meu corpo teu soluço
Em meu pulso o teu batimento
No meu contentamento quase convulso
Tranquilamente serei apenas o solo
Do teu nascimento.
Serena...Serenata que te aguarda,
Enquanto brincarás de encanto
Junto ao meu violão.
Repetindo as cantigas
Que ouvistes no ventre
A voz materna em oração.
Sob qual hora e sentimento
Haverá de se dar o desabrochar da flor?
E assim serei aquela a verter
O teu reconhecimento
Diante do mundo
Que já te espera

Repleto de amor.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

8º mês



Quando imaginaria que tudo passaria depressa,
Que a vida pregressa seria apenas um preparo
E que em meu amparo havia uma linda taça
A preparar-nos um mundo tão cheio de graça!?

Que o licor do amor adoçaria minha alma
Tão calma quando eu mesma era criança
E que a esperança coloriria meu dia,
Serenado por doces lembranças?

Sim ainda falta tempo para que eu veja tua face
Nesse enlace que temos de mãe e filha.
Em sonhos que já te encontro e amamento
Neste tempo terno de ternura.

Em mim te sou flores de pétalas macias,
Em mim tu és a poesia dos meus dias,
O amor menina que me arranca lágrimas
De cristal.

Cresce pequena, cresce
Que o mundo no outono te espera,
Numa era nova somos tua família
E tu já és nosso amor mais que especial...


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

EMPODERADA

Eu poderia falar do tempo, da paixão que já vivi ao relento,
Quando brincava com fogo em minhas mãos,
Das madrugadas que não dormia por dor, e que - ressentida
Fizeram que eu partisse e só retornasse pelo teu amor.
Eu poderia recordar alguns anos sombrios, quando calafrios
Faziam parte das minhas angústias, me prendiam, sufocavam
E a boca amortecida calava -  eu me via ali ferida viva e feria
Como o vento cortante que amortecia em alguma latrina.

Caminho hoje entre águas, sem mágoas ou ressentimentos
Fiz as pazes com o sublime dos ventos, reneguei escritos.
Deleguei o fogo aos aflitos, fiz-me senhora das minhas decisões.
É explícito que meus dias são feitos de paz, essa sequiosa
Dos beijos da tez de jambo.
Hoje eu não ando, eu flutuo apesar da forma,
Da candura que me contorna,
Desse corpo transformado pelo milagre da vida.

Eu poderia trazer algum eu lírico, como tantos já vividos,
Nas linhas que contornaram a minha desilusão comigo,
Recorrer a algum amigo e falar de algum arrependimento,
Dos lírios dos campos que ainda restam ser vistos.
Mas eu hoje sou só o espelho do desvelo que trago dentro,
Quando reflito o amor que recebo além do tempo,
Livre da obsessão de um futuro que eu nunca soube se seria vivido
Eu hoje me contento com o meu cotidiano, meu mágico agora!
Meu divino!!!

E espero que possa vivê-lo  a cada segundo
Na intensidade sublime, senti-lo!
E que  eu não me resuma a regras determinadas
Ou que use a desculpa do destino
Que já sou bem mais do que esperava
Quando pensava que controlava o tempo

Escondido num sorriso de menino.