quinta-feira, 3 de março de 2016

BORBOLETA EM FOLHAS

Entre folhas me vejo, arpejo além do casulo, e num pulo volto a me procurar.
E assim menina leve como bolha
Numa folha me rabisco cisco alado
Na imensidão que me desprende
Do fardo de um corpo cansado,
Sou alguém que compreende
A necessidade da inexatidão.
Aquarelo-me. Como se um galho
Desse o sustento, quase falho,
Para as coisas que teimam
Dentro de mim buscar
O grito da multidão.
Silencio novamente a busca,
Delineio nova dúvidas...Inquieta...
Natureza intrínseca poética
Que me faz volitar além
Da massa cinzenta daquilo que sou.

Figura metamórfica
Que me escreve no papel
Como uma alma
Que se reinventou...

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