segunda-feira, 17 de outubro de 2016

O VELHO NOVO AMOR




Talvez daqui a mil anos, livre de todos os enganos
Meu coração se liberte, posto que hoje, inerte, meu espírito
Apenas se compraz de falíveis planos.
E quando os panos que hoje me cegam,
Além das tempestades que me navegam,
Caírem como as falsas afirmações do amar,
Talvez a criança já tenha crescido,
E sejamos pessoas totalmente diferentes
Sem que nenhum fantasma nos torne a assombrar.

Há uma ruptura indelével no amor ferido.
E se a proximidade do fim restaura o começo,
Prefiro crer que o levantar sublime justifica o tropeço,
O perfume das nuvens equilibra e prepara
Para sermos mais profundos que a cova rasa
Onde jazem os amores perdidos.

Há, além das conjecturas, um caminho no qual acredito,
Uma forma de amar, um sentido,
Tão profundo quanto o túnel imaginário
Que me conecta além mar.

E é neste espaço que eu te encontro
Além do infinito, na fala que faz o espírito pacífico
Pelo olhar com o qual desmistifico
Meu simples gesto de amar.


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