Tivesse o mundo nas mãos, não, não a lua, com sua luz tão nua, nem o sol, esse farol
A queimar a carne crua, faria um balé de fé, um ato humano que se fizesse divino.
Convidaria as águas, os prados, as encostas, os meninos que correm, as meninas
Que riem o riso singelo daqueles que se descobrem pelas estradas em suas
Vontades estampadas, no pleito delicado sobre a vida tão bruta.
Pudesse dizer-te o que sinto, mas apenas seguro teu mundo nas mãos,
Sem que qualquer lapso distinto do que sou, sim - o que sou eu asseguro,
Luz além do murro que te percorre, quando nada mais te socorre - a paz rebelde.
Um tanto ferido sou esse ser, muito arredio em confessar o inenarrável,
Posto que parece execrável repetir a mesma ladainha sempre, e sempre e sempre...
Não explicaria mais nada, só dançaria na ponta dos pés para que não me ouvisses
Nem chegando ou partindo no espetáculo da vida.
Quisera ser o beijo da flor
E possuir o tempo em meus movimentos
Para o gozo do mundo
Em meu louvor e seu contentamento.
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