Quando ouvi seu chamado,
Dizendo que realmente me amava,
Acordei do pesadelo,
E retornei a você com minhas próprias asas.
E se a correria da vida
Não nos permite perceber
Que nossos cantores prediletos
Já morreram,
Restaram-nos suas canções,
Sinos que rompem o selo dos iludidos,
Aturdidos pelo silêncio de falsas promessas do destino.
Destilei o veneno
De ardilosas emoções,
E assim, como se tudo fosse
Pacível de se sorver,
Feito suco verde que fortalece,
Refiz a prece e vivi
Como se não tivesse acontecido.
Absorvi a dor inerente da evolução.
E daqui a muitos anos
Quando meu amor for
Lembrança,
Quando o que restar de mim for
A criança
Eu saiba a dimensão
De não sentir temor ou dó.
Acalentada por alguma
Balada que me inspire
A transmutar o amor
Além do ser
Que nunca esteve só...
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