Meu amor resta aguardando
O ser amado. Contando horas em fantasia
Em pitadas de olhares, em mãos que não me tocam...
Mas desejam...
Meu amor resta num canto acuado
De canções sem fim, em mim ensimesmado,
Qual grito de volúpia que se esparrama
Por não ser tomado.
Meu amor percebe a chegada e se assusta
Como querendo e não querendo, em síntese,
Desfechando milhares de palavras
Para que não seja compreendido, só desejado.
Meu amor suplicou, desfez, aparelhou-se de princípios
Protegeu-se na distância, na moral
E resta sôfrego, sedento, furioso
Qual letra perdida que cai e nunca mais se juntou em qualquer palavra.
Meu amor virou ópera
Interpretou papéis ocultando a protagonista.
Que resta só
Neste eterno prelúdio de amor...
Nenhum comentário:
Postar um comentário