São nessas carências despudoradas
Das palavras que não me são ditas
Que aflita revolvo meus torpes conceitos
E dou-me leitos de sonhos desfeitos.
São nestes espaços de vento entre nós
Em que meu corpo conclama o teu
Quando a mim o silêncio é a voz
E assim tomo-te como se fosse meu.
Em ânsia de ter as perfeitas nuances
E ser vista em desejo que o corpo encerra
Dou-me em pedaços, assim de relances
Quando na alma em mim a fome impera.
E assim rasgando-me convulsivamente
Esquartejando em palavra a tes que a carne reveste
Tivesses deixado-me em sede de água, de vida
Que em súplica do amor que não me destes!
Sim, o silêncio é voz.
ResponderExcluirGostei muito.
A foto é linda.
De muito bom gosto.
beijos