Há um lugar dentro de mim, cristalino, que te recebe
Esse mesmo lugar puro, transparente que te concebe
Na luz do vento, um fogo azul, esse ventre que embala
Levando do seio as tuas dores e a mágoa que te cala.
Em mim, preparei-te de um tudo: a fartura dessa mesa,
A música suave, essa, que entorpece teus tecidos e que
Eleva-te em grandeza que desconhece a vida e porques,
E faz com que tu acordes em sintonia com a natureza.
Percebo-te, em qualquer passo, e deixo teu livro aberto.
Dele eu saio como quem ainda irá voltar por certo sutil
A passear nesse corpo que já me aderiu à carne e à pele.
Lanço-te um feitiço novo, qualquer coisa que esteja perto
Nesse balanço que me dou, típico de rosa, ao cravo varonil
Em dias e luas em que a flor carnal desse ser assim impele!
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