A matéria contorna-me a carne,
Essa forma que insiste moldar-me
Em instantes físicos. Permeio-te qual luz.
Refugo a idéia fixa e aprofundo-me em teu ser
Numa profusão difusa.
Sendo musa ou não, sou humana. Há traços
Do amor, dos braços que tiveram-me e que amei.
Um riso de feixes, um rio de peixes, um campo
De sonhos.
Imersa na natureza dispersa, mergulho.
Olvido o resto de orgulho, dispenso-o.
Penso no dia como uma doce entrega virginal
Com a renovação espiritual que colho do tempo.
O tempo leva a matéria, mas a luz está no espaço,
Além do cansaço, das pequenas e ínfimas partículas
Das gotículas que querem tornar-se luz.
Essa energia amante que move
Superando o dia que se socorre
Em extrema consonância universal
É a razão da poesia, dessa entrega
Literal.
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