segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

POEMA PARA MINHA MÃE




Há um poema que amei-amo- além da vida.
O poema de amor infindo, nos olhos puros
Daqueles tempos em que a inocência era
O mote e ainda que eu não me conhecesse
Conhecia-me, naturalmente, como filha.
Sou esta extensão da tua existência
Da poesia que esculpia nas tuas telas de lã
Nos teus bordados, teus croches
Na matemática que me ensinou,
Nos teus pudins de laranja e por todas às vezes
Em que eu não me compreendia
Mas a tua sabedoria, estendia-me a mão.
Alguns sentimentos desconhecem
Início ou fim, dentro de mim, são o movimento de
Uma sinfonia que irá se repetir enquanto a alma
Dispuser-se a ouvir a essência de ti.
Hoje e sempre, a lembrança não se apaga
Há uma onda vaga no amor, incompletude,
Uma saudade das coisas idas, da ternura
Que me comove, que me locomove.
E venho te dizer, porque sei que ainda me carregas no coração,
Que estás no jardim do meu espírito, em que te plantastes
Como a mais linda de todas as flores.

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