Como queres que eu creia ser tua única amada
E que as minhas ceias teçam teias açucaradas
Que oferte a ti as minhas veias amendoadas.
Como queres que a chuva não te molhes
Quando o caminho das torrentes escolhes
E na penumbra com as sombras te encolhes.
Como queres que eu te fale que resista qual rocha
Quando da carne a conquista é quista como tocha
E no peito a flor em sede de amor não desabrocha.
Como queres que eu te queira se esqueces
Das perguntas que te faço e incógnito somes
Em lúdica viagem sem saciar minhas fomes
Despido em vitral da catedral das preces.
Nessa voraz súplica que tua alma cede à tormenta
Teu corpo nessa intempérie já não me sustenta
Sôfrego espasmo mordaz que a boca quer beijar
Em brasas no vácuo imperfeito faz o corpo latejar!
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