Dentro de mim há uma senda onde teu eu
E o meu, sem que eu entenda,
Amam-se além do breu, do espaço tempo.
Desconheço esse fim e o início, apenas sinto
Atrelados nossos peitos enlaçam corpo e alma
Como se a paixão derramasse na imensidão
Meu pó de estrelas na alvura da tua ternura.
Sem que uma palavra sequer seja dita
Pressinto tua chegada, teu olhar que minha
Pele no imaginário fita, desejo que na carne habita
Como se fosse a razão bendita, o legado sacro
Que trago de alguma outra vida.
O sol já amanheceu tantas vezes sem que te
Tenha possuído, a noite cai e o que de fato
Haveria de corresponder à razão,
Quando os vultos dos indultos socorrem-nos
Dessa desditosa solidão?
Rogo que no fundo tudo não seja um pretexto
Da volúpia disfarçada de sublimação
E que de fato haja um sexto sentido
E que tudo não seja apenas fruto
Da minha imaginação...
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