Sinto-me reclusa quando me acusas
De ferir teu peito de prover-te ira
Quando o ar que tu respiras, caudaloso
É o reflexo amoroso de tuas próprias piras.
Sinto-me ferida como vítima e algoz
Quando tua voz fala, e teu semblante chora
Com medo de ir embora e refugiando-se veloz
Ocultas as lágrimas do cálice que te apavora.
Sinto-me impotente, penitente, presa
Quando nada tivemos além da incerteza
Travestida de devaneio como ceia à mesa.
Sinto-me e sinto-te em busca de salvação nesse abismo
Dessa busca solitária sem o toque, a boca
Em que a poesia é o ópio... e teu próprio...escapismo...
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