Da máscara ao espelho escondi-me de meus pesadelos,
E sem paralelos fui feliz num lapso inexorável de tempo.
O vermelho intenso era o lenço do adeus aos maus amores
Quando escolhi a mim e olhei além das flores e seus
espinhos.
Redemoinhos de vento foram a prisão dos meus pensamentos,
Mas quando recobrei a fala, ainda que sangrassem meus lábios
Cantei com o rouxinol faz a corte a sua amada.
Tudo ou nada - pouco importa - quando fui à porta das ânsias
E entreguei cada uma das minhas beligerâncias fui liberta.
Hoje caminho como se fosse pluma, rápida como se fosse puma
E apenas quando me canso eu paro. Reparo em mim mesma
Que sou o broto de uma roseira que no passado secou,
Mas que a chuva trouxe viço novo,
Ao corpo que o passado exortou.
Tudo ou nada, na noite ou no dia,
Sou a mesma que faz do verso uma estrela no espaço!
Desejosa da eternidade da madrugada
Onde reaprendo cada um dos meus passos.