segunda-feira, 10 de março de 2014

POÇO DE SAUDADES


Ah eu sou só em mim esse alvoroço
Feito poço destilado no papel
Um esboço, uma saudade que se lembra
Ainda quando tudo que se queria
Era viver plena.
Feito arena, nesse palco que chamam vida
Uma partida que nunca se foi totalmente...
Permanece viva na mente, mensurando
A própria vida entre idas e vindas
Vida minha, e tua entrelaçadas no permanente.
Ah eu sou nessas horas solitária, feito estrela,
Um brilho dolorido por não vê-la
Um colorido perdido apagado da centelha mãe.
E não faz pouco, faz eras que nesta esfera
Tão dinâmica uma querência oceânica
Tem nome, tem um buraco no peito.
Não, não tem jeito sabemos...
Nascemos e um dia morreremos
Como se nem tivéssemos vindo,
Se não estivermos evoluindo
E reconstruindo essas faltas
Dos amores dados e eleitos.
Em minha mente ela senta ao meu lado
E recolhe as lágrimas que ainda rolam
Desafogando o coração, colhendo o soluço
E plantando o futuro, ainda que regado
Da água salgada

Naqueles braços
E naquele colo seguro.