domingo, 29 de julho de 2012

DA MESMA FORMA QUE EU PRECISO DE VOCÊ




Pode ser que você viva de todas as lembranças
E que as suas andanças satisfaçam sua alma
Que sua fome encontre calma em coisas tantas
Que eu nem mesma possa ser capaz de enumerar
Ou dizer, no entanto, eu sei de tudo pode crer.

Pode ser que você ainda esteja tentando me esquecer
E que em alguma cidade dessas esteja se entregando
A um outro alguém, na ilusão de se convencer que é amor
Enquanto o seu coração dispara ao ver o meu retrato
Sabendo que sou o pacto do seu destino,
E não apenas um doce desatino.

Pode ser que você queira arrebentar as portas do coração,
As comportas de toda forma de razão
E não se entregar a esta emoção,
Mas já não somos mais controle,
E nem há jogo com algo a se ganhar ou se perder,
Só um desejo intenso a se entregar,
Um amor imenso a se viver,
Uma história que já resta escrita no céu de poesia,
Nas ondas do teu mar, nas rondas dos lobos do meu luar.

Pode ser que você me veja brevemente, antes do que imagina
Que eu aponte em alguma ponte, pele de marfim feito menina
Envolta por algum véu sob um céu e que te encante em meio à neblina
Assim que eu apareça, que a terra estremeça adiante
Que seu mundo vire de ponta cabeça, que seu espírito se levante
Ante a derradeira chance de provar que
É romance e não só mais um lance.

Pode ser que você realmente me ame
E que só esteja esperando este instante
E que o amor finalmente nos alcance
É preciso tentar quem não arrisca nunca saberá
O que poderia ter sido, o futuro não se pode saber
É como entender as razões de amar, ama-se simplesmente
Sem que nem porquê.
Da mesma forma
Que eu preciso de você.

O AMOR QUE ME INSPIRA




O amor que me inspira eleva-me,
Faz-me luz em dia nublado
Segue ao meu lado nessa jornada
Em que o tempo é o senhor da razão
E o amor a razão da vida.

Ouço o dia que se inicia,
No peito a rosa anuncia
Que a vida será poesia,
Que o beijo será melodia
Dignos de suspiros
E deleite ao brilho desse olhar
Que me carrega,
Além da madrugada fria,
Das sombras
Das sobras
E dos outros amores que se plantaram.

Aprendi que o amor é o equilíbrio,
A paz, a compaixão.

Que as tempestades, as cicatrizes
São frutos da paixão.

Perdoa-me,
Mas descobri que me amo perdidamente
Em primeiro plano,
Além de qualquer céu ou oceano.

E que o amor é esse recanto de encanto próprio
Liberando-me do ópio e da aliteração,
Construindo-se firme sublime
Como a mais divina inspiração!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

A POESIA DE UM RITMO DO AVESSO




Hoje eu não quero nada que me chore, que me apavore
Eu quero rock baby, only rock me baby
Quem somos nós para sabermos se temos razão?
Para dizermos qual deve ser a toada da canção.

Hoje eu só quero que me dance
Que o meu corpo com o teu balance
Já que por nada mais sofro, corro ou estremeço
Nem quero menos do que aquilo que sei que mereço.

Hoje não quero os dramas das baladas
Nem os destemperos típicos das madrugadas
Lágrimas de despedidas como clichês dessas partidas -
Pois ao final de tudo, tudo e nada é a mesma parada -
Eu só quero e pretendo ser amada!

Que se parto eu te parto
Mas se fico me complico
E se te explico implico demais
E tu nunca veio,
Tomar a poesia desse veio,
Acalentar o meu seio
Então não me exija, não me erija
E reparto teu corpo no compasso
Que faço quando tudo já é passado
E tudo que oferto é o passo de um rock
De metal pesado
Que hoje baby
I'm no sweet, please believe

Por isso,
Rock me baby
Love me baby
Only this way maybe...
Eu te libere do feitiço...





quarta-feira, 25 de julho de 2012

A ETERNA BAILARINA



Hoje, dia do escritor, vou contar uma história. Em 1990, subindo a pé, a Avenida Isaac Póvoas em Cuiabá-MT, num dia 25 de Julho, adentrei uma livraria. Uma das primeiras vezes que caminhei sozinha por Cuiabá. Eu tinha 13 anos naquela época, um coração sempre melodioso, mas ferido, pela recente partida da minha mãe, no mês de março daquele ano. A essência das coisas a alma retém, e havia algo que me direcionava para leitura, eu que vinha escrevendo meu primeiro diário tinha onze dias, já havia lido o poeta Castro Alves, aos oito anos, sentia a falta de uma figura materna que compreendesse ou que expressasse o que eu sentia. Em meio a tantos livros, eu acredito nessas coisas de destino, quase mágicas, vi um livro de capa verde, cuja autora era simplesmente -Cecília Meirelles- e a obra "Flor de Poemas". Comprei sem qualquer dúvida. Foi meu primeiro livro de poesias que comprei e que passei a carregar comigo para todos os lugares. Lia Cecília nos recreios, em casa, na fazenda, repassava alguns poemas com tamanha paixão que passei a cultivar um jardim lúdico em minha alma. Naquele universo havia suavidade, dor, sentimentos românticos que embora eu não compreendesse, pois nunca vivera um amor, forneciam elementos para toda uma confecção futura de versos.Essa poetisa tem como característica um pensar direto, claro, sem névoas. Sem muitas interferências, e que foi fundamental em sua simplicidade para que eu compreendesse que o que eu sentia não era unicamente meu, mas próprio de almas que vivem à flor da pele. Meu mundo e meu momento passavam a fazer sentido, entre aquelas flores e bailarinas em poemas eu dançava, meu mundo era de uma leveza singular, única, reconfortante e inspiradora.Instintivamente comecei a escrever meus primeiros poemas de menina, muito singelos, ainda no mesmo ano, e uma tentativa de mini conto que encontrei esses dias todos inéditos.Tudo feito no ano de 1990. Um ano em que ocorreram tantas coisas para o Brasil e para o mundo, mas que até aquele mês de Julho e, posteriormente, até Outubro quando se encerrou meu primeiro ciclo poético, tive um jardim encantado na alma, nutrido por aquela poetisa que me acolheu. Foram rasgos de alma tão inocentes, tão intrínsecos e necessários, que permaneceram guardados comigo por mais de 22 anos em cada uma de minhas mudanças, nas minhas gavetas, nas caixas coloridas da alma. Aqueles poemas eram mais do que uma vontade de fazer arte, o conceito de arte sequer havia sido refletido por mim. Minha escrita era apenas a necessidade de transformar lágrimas em poesia, de transformar dor em fantasia. Ser escritor é diferente de ser poeta. O escritor, normalmente descreve, mergulha num universo que nem sempre sente, compreende, aprende, recebe consultoria, mas não vivencia verdadeiramente no ser.Poeta também é um escritor. Sempre será. Mas ele é o indivíduo que sente em letras, por meio delas satiriza a si, ao mundo, faz as conjecturas do amor, traz fantasia ao trivial, interpreta a própria alma, a alma alheia e a dos objetos inanimados. Minha alma sempre foi poeta. Parou por algum tempo, esporadicamente escreveu, nas inúmeras cartas, aquelas de papel, que sempre adorou narrar o cotidiano, em que mesclava realidade e devaneio, nas músicas que fazia, nas discussões sobre literatura. Alma de escritor é um conjunto de características muito próprias, e de poeta muito especiais.Sou fruto dessa doce poesia. Que acredita no amor como o sentir sublime. Que tem fé nas pessoas até que se prove o contrário. Sim, uma poeta romântica e por qual razão não seria?Afinal tudo que precisamos é de amor. A frase não é minha...é daqueles quatro poetas de Liverpool "ALL YOU NEED IS LOVE", que por sinal, é o toque do meu celular.Em 1990 Cecília Meirelles traduziu minha alma, e ainda traduz. Ela, em sua sensibilidade, possui os códigos que me acessam, a delicadeza, o afago em letras. A ela minha singela partilha neste dia do escritor, eu que sou aprendiz de letras, que caminho pelos versos, pela prosa, entre o universo de um mundo real e o meu primeiro jardim, onde planto cada uma das pessoas que são valiosas, quer estejam no mundo material, no mundo dos sonhos, ou aquelas que são estrelas como Cecília, mas que seguem nos iluminando em suas baladas de amor.

sábado, 21 de julho de 2012

A ROSA DOS VENTOS




São os olhos que não vejo
A saudade que possuo.
E os sonhos que carrego
Na noite que vivo em pleno dia.

Andariam ainda quem sabe
Os pássaros se não tivessem asas
Eu caminho como se não tivesse
Casas e rio como se não chorasse.

Traria a derradeira rosa adiante
Negra flor a apregoar o prestimoso beijo
Que revelasse tudo que ainda ficou obscuro.

Meu único socorro é que não omito nada de mim
E ainda que o sol do meio dia seja o suspiro da morte
Minhas pétalas são tua sombra e o mel que te prometo.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

O NOVO TEMPLO DO AMOR




Quando o  velho amor deixou de ser neve
E em gotas vermelhas as flores foram regadas
E as horas pranteadas ao invés de ser amada
Anunciastes em dores absortas a partida breve.

Em frente ao um templo que julgava posto
Num passado que temia esquecido, descomposto
Reergui-me em novos preceitos os escombros de mim.
Sem assombro transpirei o doce inefável do alecrim.

Misturado a baunilha e o mel que ainda exalavam pó
Como a lembrança da solidão que assolou-me sem dó.
Feriam-me os trapos partidos da escória de onde vim 
Até que pouco a pouco foram trocados por novo cetim.

Mesclei novos tons puros que incendiassem uma trilha
De Roma a Paris...quiça como uma estrela que brilha
Tomada por uma vontade de vida de da-se em essência
A alguma alma que vislumbrasse a minha real imanência.



Ungida
Sou um novo ser
Que levita e reluz
Sem dor.
Porque voltou a crer

Na bendita luz
Do amor.


terça-feira, 17 de julho de 2012

A RECIPROCIDADE DO AMOR




Quando as luzes da ribalta se apagarem e este espetáculo
Toda essa representação metódica a que me dou em vernáculo
E quem sabe eu não precise vestir mais de uma face,
Tecer mais um de um disfarce,
Eu possa beber mais do cálice do amor.

E não precise mais me calar...
Entoarei na tua boca o canto
Da paixão que te hipnotize
Quando o amar
Não mais nos martirize.

E tu também te reveles
A verdade além das telas
E das celas das vertências
Regidas pelas aparências.

Amar é reciprocidade!

Cantarei então noites e noites a fio,
Em barcas de tantos rios caudalosos
Como os cavalos vigorosos
Dos prados que se embrenham nas florestas
E fazem deste encontro a festa de seus arrepios.

Vestirei apenas seda
Não cederei a mais nada que não seja essencial
Selarei as minhas incertezas
Entre as cores do carmesim e do marfim
Que me habitam ao longo dessa jornada visceral!

Saberão por papiros que os afortunados
Venceram o clamor da pureza
Além do abandono.

E finalmente tiveram
Uma sagrada
Noite de sono.






segunda-feira, 16 de julho de 2012

{TRANS+LÚCIDO}






Só uma maneira de amar é válida: a que eleva!
A que te tira das trevas que te faz ser sem parecer.
Que transforma a forma, sem dar molda
Porque flui além da loucura
Como a serenidade das espumas
Que brotam sem saber se voltarão
As suas lacunas.

Que se há dunas,
Se há areias e teias...
Há mais beleza nos
Carinhos que dou
Por amor
Do que nas correntes que vertem
O sangue das minhas
Profundezas.

A paixão é instante,
Pele,
Rasgo do tato
Olfato incidental.
Intenso corte de cravos
Toque visceral.

{(Sublima-me)}
+
(Encontra-me)
No altar prometido!

Como a nova Era
Como a nova Eva
Como a nova Erva!

Que te faça um curativo
E beije cada uma das tuas chagas
...Amorosamente...

Sem ardor
No singelo ato
Despretensioso
Intacto licor
A incorporar
A mina da vertência
!Do amor!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

LIVRE ARBÍTRIO




Sem meios termos
Sem termos mornos
Sem fornos ou geleiras.
De um extremo ao outro a alma
É o que é uma incógnita pronta a mudança.

Por vezes sem rumo, por outras sabe e assume
Que o que a resume não são as pequenas coisas
As suas intangências.

Não há tempo para beligerância que absolva
Pequenas fissuras que me decomponham
Quando já fui cristal rutilado e hoje
O espelho reflete um eu...
Que eu é visto?
Que eu é quisto?

O antigo, antes das próprias razões?
Do exercício do arbítrio ou arbitrário?

Não farei a inquisição apócrifa
Daqueles que ao final dirão:
Confessa que nada sabes!

Confesso nada sei.

E por isso eu verso o fogo
Das inquietudes em minhas mãos
Concretas palavras
Nessas lavras!

Na esperança de me libertar
Da pseudo sabedoria que me cerca.

terça-feira, 10 de julho de 2012

DELÍRIOS DE UMA FLOR




Talvez se não fosse rosa
Não te ferissem
Meus espinhos
E caminhasse sem um sol
Que me queimasse.
Sem o peso dos ombros
E dos anos que ainda
Não sabem buscam um farol.

E não ardesse em delírios.

E certa do que sou
Como seta no rumo dos ventos
Como pétalas que se perderam
Junto dos meus lamentos.
Ainda trêmula das horas vou.

Eu sou só.
Eu sou pó.
Eu sou dó.

Matei um cravo que amei
Quando cravei o canto da dor!

Crédulo delirante o pobre não sabia
Que a espada
Meu peito também atravessei.

Porque mataram da vida
A minha própria poesia.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

COMO EU TE AMARIA



Eu te amaria amor além do verso
Faria da sentença a dança
E mesmo que na lembrança
Tu te recordes de mim ainda
Estou muito mais linda.

Segui como se meus rios não secassem
Como se o canto não silenciasse
E como se a poesia fluísse
Tão lúdica
E todo verbo festejasse os encantos
Sem tempo de calar minha alma lírica.

Meus lábios despiram-te
Espiaram-te
Respiraram-te
Respingaram-te.

Entoei todas as formas de amar
E transformei as faces mil vezes!

(Para que chegasse até ti)

Assim eu te amaria...
Sem enfado!
Num amor rasgado

Sem dia, sem mês
!Atemporal!

Que te mostrasse
Os relâmpagos
Além das carnes sôfregas
Até com alguma pureza...

E quem sabe
Até mesmo
Transcendental!?






domingo, 8 de julho de 2012

ALÉM DA ESCURIDÃO




"Ainda que das minhas palavras sejas descrentes
Deus sabe da minha alma além destas correntes.
É Ele quem me mostra a verdade além da paixão.
Pois Nele tudo confio...
É Ele quem segura meu coração
Além da escuridão."

sábado, 7 de julho de 2012

JULIETA&ROMEU Matéria no Jornal CIRCUITO MT Por Clóvis Matos



JULIETA & ROMEU
 Romance em forma de poesia,
 história de amor entre uma guerreira da luz e um servo das sombras, obra de minha autoria, divulgada por Clovis Matos em sua coluna de Inclusão Literária publicada no Jornal Impresso 
Circuito Mato Grosso e no site www.circuitomt.com.br



sexta-feira, 6 de julho de 2012

A SIMPLES DANÇA DO AMOR EM TEU CORPO




Novos acordes que te acordem sou brisa
Serei a canção do teu sorriso novo vento
Novas canções que te encantem
Serei a canção e o paraíso sem lamento.
Um toque de blues
Um toque depois
Mais de nós dois.

Amor tem que ser feito
Para trazer felicidade
Simples ainda que imperfeito
Um simples traço de verdade.

Simples...é tão simples meu amor...é a verdade!
Eu te amo assim...intensamente, pois não sei amar
Pela metade!

Novos toques de harmonia sou brisa
Que façam novos versos de ternura
Serei a melodia que revele a esperança
Novos toques em tua pele sou tua dança
Um toque de jazz
E assim...o amor
Aquela paz
Que se faz.

Amor tem que ser feito
Para trazer felicidade
Simples meu amor
Eu não sei amar sem harmonia
Eu não sei amar pela metade.

Simples... é tão simples meu amor...é a verdade!
Eu te amo assim...intensamente, pois não sei amar
Pela metade!



segunda-feira, 2 de julho de 2012

Agora! O Amor!




Os de muitos pudores que me perdoem
Nunca fui louca nem santa.
A vida caminha a tantas que
Mesmo que não fosse sozinha- nascemos sós- não pensem
Que se as letras são quentes é porque eu coloco fogo
Nos meus papéis - EU SOU O FOGO!

Meu céu eu descubro meu,
Meus lençóis são um sol limpo
Eu vivo indo e vindo clara, segura do que sinto
Um amor por mim, incerta a que vim
Mas segura de merecer mais que qualquer
Cálice de vinho tinto.

Não meçam o que sou pelo que escrevo
Sou lúdica
Pudica...não...eu disse não sou louca e nem santa
Estou farta das hipócritas poesias coesas
Das flores claras esparramadas na mesa
Enquanto a sociedade que comanda é pura...
!Aparência!
E os nobres de alma
São atirados aos leões
Porque defendem para si
A pureza da sua essência.

Os de muito pudores que me perdoem
Nunca fui louca nem santa
Nem vim mudar a filosofia da moda que se prega
Ainda não forjei a exatidão do amor
O amor não é perfeito, não é eterno
Não é exato não é nada senão
O produto do agora, o produto da verdade
Que cresce, que verte, que quer ser feliz!
Agora fluindo dentro de mim
Agora aqui dentro de mim
Agora crescendo em mim
Agora querendo enfim
Agora tudo
Agora nada
Agora
Ora
O!