segunda-feira, 28 de outubro de 2013

ENQUANTO TE ESPERO



Discípulo da ternura é amor, aluno e professor ensina-me a viver, a me reconstruir aos poucos mais serena, pacífica nas pequenas coisas, guerreira no que demanda vigor. Eu que hoje caminho lentamente, que me ergo com delicadeza e cuidado vejo na vida que sou e a que levo um grande ensinamento.

Todas as memórias acalentadoras que trago foram importantes para que nesta fase da vida eu me visse com plenitude no espelho do tempo. Amo meus sinais do tempo, não tenho qualquer vergonha dos mesmos. Os aceito como parte de mim e do todo que se manifesta na minha existência.

Meu corpo que não é mais o mesmo celebra a vida. Ultrapassei a estética do instante e, constante aceitei cada mudança necessária nesta busca de "nós".

Pego-me divagando pequenas coisas, antes sem sentido, e que hoje incorporo como etapas do meu porvir.

Eu aguardo quase pacientemente a chegada da luz, eu rogo braços fortes que embalem sonhos, eu oro para que o maior de todos os tesouros me receba, assim como eu já o recebo em profunda gratidão para com o universo.

Mas sei que o amor que hoje vislumbro é parcial, que esta em formação e promovendo uma transformação que eu já havia ouvido falar, mas que jamais havia experimentado.

Tudo que eu concebia como sendo amor parece ter sido uma certeza momentânea, dessas que fez sentido por algum tempo, mas que a vida que vivo agora aponta como sendo relativo, um conceito que se tornou insuficiente quando penso no amar que, enfim, dure.

De tudo que ainda não sei, mas que aguardo é que o amor ultrapassa a eternidade, e que te aguarda no meu peito, no maior de todos os gestos de infinita ternidade.