domingo, 29 de junho de 2014

O maior amor do mundo


A minha vida
É ser o tudo
Dela.
Vejo o lúdico em seu riso
Poema no olhar
Que ela me lança.
Boba que estou
Perdi-me em versos.
É o significado
Da palavra amor 
Em meus braços, 
Lançando raios de luz
Na menina
Dos meus olhos.

Ser mãe poeta
É ter o melhor mote poético
Tirando um cochilo
Nos meus braços.

segunda-feira, 10 de março de 2014

POÇO DE SAUDADES


Ah eu sou só em mim esse alvoroço
Feito poço destilado no papel
Um esboço, uma saudade que se lembra
Ainda quando tudo que se queria
Era viver plena.
Feito arena, nesse palco que chamam vida
Uma partida que nunca se foi totalmente...
Permanece viva na mente, mensurando
A própria vida entre idas e vindas
Vida minha, e tua entrelaçadas no permanente.
Ah eu sou nessas horas solitária, feito estrela,
Um brilho dolorido por não vê-la
Um colorido perdido apagado da centelha mãe.
E não faz pouco, faz eras que nesta esfera
Tão dinâmica uma querência oceânica
Tem nome, tem um buraco no peito.
Não, não tem jeito sabemos...
Nascemos e um dia morreremos
Como se nem tivéssemos vindo,
Se não estivermos evoluindo
E reconstruindo essas faltas
Dos amores dados e eleitos.
Em minha mente ela senta ao meu lado
E recolhe as lágrimas que ainda rolam
Desafogando o coração, colhendo o soluço
E plantando o futuro, ainda que regado
Da água salgada

Naqueles braços
E naquele colo seguro.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

REPLETA DE GRAÇA



Sob qual anjo e qual lua
Nascerá a menina dos meus sonhos?
Neste tempo quase cabalístico
Onde és detentora de 33 semanas
E da minha vida toda.
Ouço em meu corpo teu soluço
Em meu pulso o teu batimento
No meu contentamento quase convulso
Tranquilamente serei apenas o solo
Do teu nascimento.
Serena...Serenata que te aguarda,
Enquanto brincarás de encanto
Junto ao meu violão.
Repetindo as cantigas
Que ouvistes no ventre
A voz materna em oração.
Sob qual hora e sentimento
Haverá de se dar o desabrochar da flor?
E assim serei aquela a verter
O teu reconhecimento
Diante do mundo
Que já te espera

Repleto de amor.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

8º mês



Quando imaginaria que tudo passaria depressa,
Que a vida pregressa seria apenas um preparo
E que em meu amparo havia uma linda taça
A preparar-nos um mundo tão cheio de graça!?

Que o licor do amor adoçaria minha alma
Tão calma quando eu mesma era criança
E que a esperança coloriria meu dia,
Serenado por doces lembranças?

Sim ainda falta tempo para que eu veja tua face
Nesse enlace que temos de mãe e filha.
Em sonhos que já te encontro e amamento
Neste tempo terno de ternura.

Em mim te sou flores de pétalas macias,
Em mim tu és a poesia dos meus dias,
O amor menina que me arranca lágrimas
De cristal.

Cresce pequena, cresce
Que o mundo no outono te espera,
Numa era nova somos tua família
E tu já és nosso amor mais que especial...


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

EMPODERADA

Eu poderia falar do tempo, da paixão que já vivi ao relento,
Quando brincava com fogo em minhas mãos,
Das madrugadas que não dormia por dor, e que - ressentida
Fizeram que eu partisse e só retornasse pelo teu amor.
Eu poderia recordar alguns anos sombrios, quando calafrios
Faziam parte das minhas angústias, me prendiam, sufocavam
E a boca amortecida calava -  eu me via ali ferida viva e feria
Como o vento cortante que amortecia em alguma latrina.

Caminho hoje entre águas, sem mágoas ou ressentimentos
Fiz as pazes com o sublime dos ventos, reneguei escritos.
Deleguei o fogo aos aflitos, fiz-me senhora das minhas decisões.
É explícito que meus dias são feitos de paz, essa sequiosa
Dos beijos da tez de jambo.
Hoje eu não ando, eu flutuo apesar da forma,
Da candura que me contorna,
Desse corpo transformado pelo milagre da vida.

Eu poderia trazer algum eu lírico, como tantos já vividos,
Nas linhas que contornaram a minha desilusão comigo,
Recorrer a algum amigo e falar de algum arrependimento,
Dos lírios dos campos que ainda restam ser vistos.
Mas eu hoje sou só o espelho do desvelo que trago dentro,
Quando reflito o amor que recebo além do tempo,
Livre da obsessão de um futuro que eu nunca soube se seria vivido
Eu hoje me contento com o meu cotidiano, meu mágico agora!
Meu divino!!!

E espero que possa vivê-lo  a cada segundo
Na intensidade sublime, senti-lo!
E que  eu não me resuma a regras determinadas
Ou que use a desculpa do destino
Que já sou bem mais do que esperava
Quando pensava que controlava o tempo

Escondido num sorriso de menino.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

MARLI

                                                              (Minha mãe Marli e eu)

Seria ela uma anjo disfarçado, passando rápido por este plano?
Ou era meu  o engano de assim pensar só porquê ainda a amo.
Talvez eu use a figura do tempo, esse que parece voltar além de nós,
E que alguma voz da minha infância seja o pêndulo
A dizer que nunca estamos a sós.
Ainda através desse cordão umbilical, sou semente fruto do amor,
Brotando minha própria corrente,
Semeando tal qual uma flor.
De quando em quando ainda me pego
Recordando, apenas recordando...
Das tardes de cachoeira, dos natais abençoados
Das páscoas com ninhos e coelhinhos,
Das festas juninas e demais feriados.
Da sua simplicidade instigante
Do seu sorriso adorável...
Dos instantes que ainda tenho claros
Dos ensinamentos que restam tão caros
De toda a  doçura e do riso,
Meu peito é apenas a pista de pouso
De um sentimento que jamais foi embargado.
Das certezas que trago na vida,
Sempre estivestes ao meu lado,
Mas  permaneces mais que mãe e amiga,
Segues como meu lindo anjo disfarçado...


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

30 SEMANAS



A semana é longa,
O dia ainda nem começou e meu sonho
É suplantar o tempo. 
O mês que virá poderá ser como este,
Rápido! Ainda que eu imaginasse lento.

Virando horas e brincando com seu tempo

Uma menina em minha barriga,
Imagina-se em um jardim de flores - talvez
Assim como a mãe dela imagina a vida.

Algumas coisas ainda precisam ser arrumadas,

Inclusive uma dose extra de força,
De calma e de inspiração na estrada...

Não, não é fácil  - nem mesmo difícil, 

Apenas único quando é com  a gente
Viver cada etapa de uma espera,
Com suas incertezas e dúvidas frequentes.

De certo em mim apenas o amor que vivo

Uma entrega ao que pouco domino
Uma necessidade a qual denomino
De estar em paz e aguardar
O maravilhoso despertar do amor
Que em breve irá nascer.