quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

AS COISAS DE DEUS

o difícil não é falar e sim crer sempre ser ouvido pois a resposta é só desacompanhada da outra fala. vem como um pássaro que adentra a casa uma folha que cai um copo que se quebra. a fala de Deus nem sempre faz barulho nem sempre é perceptível ou tem um sentido pronto. Ele se revela mais nos silêncios por meio de coisas. quando a palavra é só a desculpa para o grande acontecimento.

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

AMOR SEM NOME

Amor da minha vida
Razão minha 
A tarde caminha 
A vida é distante
Estou adiante 
E neste instante 
Em tua frente.

Silente é o vento
Que te beija o beijo meu
E avisa
Que a brisa 
É a minha mão 
Que alisa
O cabelo teu.

O quão deserto é teu mundo
Sem meu amor dentro dele?

Sem oásis, sem tempestades,
Sem vagas ou ondas
Onde te afagas
Das saudades!?

Ah amor meu!!!
Não me digas 
Ainda.

Ouve, apenas.
Minha respiração.

Ela busca
O ar que tu respiras.

Minha audição  
Quer tua voz,
Meus lábios 
Teu beijo
E meus olhos

Buscam-te
Na constelação 
De Órion.

Ainda não cheguei 
Amor meu, porquanto
Sou miragem.

Leva-me viva na tua viagem
Não como bagagem necessária
Ou companheira.

Faz de mim teu destino
Mas que teu desatino
Mas também o amor
Da tua vida inteira!

sexta-feira, 8 de abril de 2022

DAS PROMESSAS QUE O AMOR NOS FAZ

Qual o calor de fim de tarde -meu peito arde- como se fosse Doce feito suspiro recém saído! Trazendo o gosto do primeiro beijo Dado sem compromisso de delírio... Beijei o céu da boca do amor Derretendo! E revelei a ele que outro beijo Igual jamais encontraria. Beijo de poesia, em cafeteria Em alguma estrada da vida Em ruas e casarios além De desertos e rios, além! Do mar Do amar Das promessas que eu nunca fiz Das vontades que o dom de amar Quase nos ferem por um triz. O suspiro - na alma trago Do amor que vivi e vivo! Não posso dizer que não mais Amarei Isso é algo que não saberia fazer... Sabendo o quanto tentei E ainda assim amo Sem nada em troca querer.

quinta-feira, 17 de março de 2022

O TEMPO QUE NÃO ESCREVI

Muda a voz Contudo a alma Não muda Transmuta. Desnuda horizontes Fontes do inesgotável. Apalpo folhas do imaginável Afago teu rosto quase esculpido No peito da saudade. Mudas de flores Mudas das minhas mágoas. Chágas que carrego dos sentidos Pormenores Do que não digo, do tempo que que não escrevi Quando tudo o que senti não poderia ser entendido Tampouco transcrito em palavras. Plantas plantadas Mudas O tempo que nada disse. Mas a alma jamais se cala!