sexta-feira, 30 de março de 2012

OUÇA-ME...







Ouça-me, respire-me, transpire-me em teus poros, queira-me
Do jeito como penso ser o amor: livre, altruísta, puro e essencial
Essa busca universal da ternura além da paixão que te devora.
O amor não se concebe, não se consegue...não se possui.
Transmuta-se em tons suaves de tênues linhas imaginárias
Dançarino que é nos lábios do vento é brisa rósea, divina prosa,
Efêmero instante... um alado ser  sonante do encanto em mim.
Ouça-me...escreva-me em teu corpo, tua pele compele-me
Inspira-me o sentir, insere-me em ti.
Deixa que eu te seja a palavra invisível esse amor sensível
Aquele que se crê mesmo que não se possa ver.
Faça-me teu vernáculo, um prisma vítreo que transpareça e
Sublime o espetáculo desse bailado adorado em teu corpo dourado.
Sorva a leveza imprecisa da espuma do mar que a pedra entalha,
O sopro da poesia que retalha, o último fio da tua navalha.
Ouça-me, esqueça tudo que nos ensinaram sobre amar.
Torne-se imprescindível e desfaça os laços, pois sem amarras,
Sem medidas, o amor volita além do cansaço
E também crava-se no céu estrelado, viajante do espaço.
Ouça-me, tu consegues ouvir esse compasso?
É o famigerado coração na vaga lamuriosa
Flutuante entre céus e mares.
Ama-me e devolva-me ao universo como se fosse verso
Ouça-me, escreva-me e rasgue-me.

Para que eu habite em suavidade
Nas lacunas além nós, do tempo e
Da própria eternidade...



MENINA DOS OLHOS



É provável que um dia
Eu ainda veja a tua menina
Que ela corra pela campos
Que se canse desta mesma vida
Que festeje a chegada e chore
Pela tua partida, pelo mundo que se parte
Na arte de viver sem medida.
É quase certo que ela já tenha passado
Por mim, em algum ponto da corrida
Nós corríamos a todo instante
De forma inconstante em sentido
De algo que quase resta esquecido.
Penso que ela vislumbra o horizonte
E repousa serena em alguma colina.
Aquela menina reflete-se no espelho
Vendo meus cabelos e lábios vermelhos
Por algum tempo incerto apenas fita
O laço de fita da alma e calma se recolhe.
Haverá ainda de acompanhar-me
E levar-me ao princípio e até ao meu
Próprio fim.
Antes que o mundo a olhe e desmanche
Aquela fantasia de ser menina
Aos teus olhos e na essência pura que
Trago em mim.

LETRA E MELODIA II




Entre corações ela se repartia
Encantava o amor- que da alma vertia...
Fazia-se canção em terna sinfonia
Enlaçando a emoção -raiando o dia!
Tanto a se viver em meio à fantasia
Lustres de cristais e suas pratarias,
Perdidos nos tornados de suas epifanias,
Levados da casa onde já houve brilho
De um tempo em que já houve um trilho.
Cansou-se das lembranças daquela idolatria
Foi olhar o mundo além de suas ventanias.
Voou tão alto em próprio firmamento
Chegou tão longe além do pensamento,
Dançou na tarde da vida que lhe ardia
Brincou consigo flertou a alegria.

Brisa imprecisa no torpor da estrada
Deusa indecisa eterna apaixonada
Entre corações ela se repartia
Na noite era letra
De dia melodia...

O AMOR- EM PRIMEIRO LUGAR




Hoje te amo mais que nunca,
Porque depois de tanto tempo
Reencontrei-te dentro de mim.
As paredes estão mais liláses
A casa é perfume, há flores na sala.
Teus olhos sãos potes de caramelo
E meu castelo não arde em ciúmes.
Hoje quero-te mais tarde, um cinema
Quem sabe, um sorvete à tardinha
Um café e a mesma fé de que
Esse amor perdure além dos versos.
Que essa invasão que alicerça meu eu
Que ilumina-me pela noite
Disfarce a dor que te acometeu
Desfaça do peito o breu,
E adoce a vida que
Já não quer ir embora e
Percorre-me de dentro para fora.
Hoje ainda te guardo tão profundamente
Abstraída de que logo mais primeiro
Cumprirei a agenda do dia:
Amar em primeiro lugar
E depois arderei
Em tórrida poesia...

domingo, 25 de março de 2012

JULIETA & ROMEU Romance em forma de poesia



É com muita satisfação que apresento meu E-book :
"JULIETA & ROMEU"
 Romance em forma de poesia.
 Ilustração de capa de Umberto Buffa
Coordenação editorial de Eddy Caos
Editora Online Corujito
            Já disponível para download gratuito no link abaixo:

     

quinta-feira, 22 de março de 2012

POEMA DE ODE À VIDA!




Leve dia que me leve no tempo
No momento do meu nascimento
Do primeiro amor que me olhou e
Da constelação da madrugada
Que me viu nascer. A alma hoje
Ganhou mais tempo, um dia em ode
A vida que carrego, além do ego.
Imperfeita alma minha que caminha
Tentando sempre algum melhoramento
Aceitando o que não tem jeito e buscando
O caminho de si e do conhecimento.
As flores hoje vieram cedo, beijaram-me
Levaram embora meus medos, perfumaram-me
E os anjos com as borboletinhas azuis...
Volitam em torno de mim.
No meu coração um amor próprio crescente
Como a rosa em prosa na pele amando sem fim
Um sentimento reluzente de que a graça
Mergulhou-me no céu da paz
Em mais este ano que a vida me traz...

Sou essa alma jovem...eterna!
Filha das águas,
Nascida entre estrelas,
As que me amaram quando
Souberam que eu vinha
Numa madrugada
Liricamente risonha
No bico de uma cegonha...

terça-feira, 20 de março de 2012

A DAMA E A ESPADA




O sagrado e o profano trago desde sempre...
Como uma complexa poesia neste ventre
Quando o sentir difere de sensação.
Quem és tu guerreiro!?
Apenas um braço dado a brados sem paradeiro!?
Para quem e por qual razão são os versos
De amor cravados no papel?
Qual o fim disso tudo??...
Desse azul que nunca se torna céu...
De um talho na alma forjando o absurdo?
A poesia sem sentido deve ser refeita.
Virada ao avesso e
O verso desnudado e entregue ao torpor.
Como luas desveladas em eternos ciclos do amor
Sou a dama que carrega a espada,
Que te atravessa em teu próprio rogo,
O fogo que queima a tua alma na madrugada,
A água que te alivia a chama
O vento que te aquece no fogo eterno - pura emoção!
A terra da tua guerra que semeia a nova ceia
O amor que ama e se mantém íntegro, inabalável
Ao sol que brilha além dessa ou de qualquer outra paixão!

CARTA DE AMOR V



Às vezes me indago de que adianta escrever-te,
Pois há uma distância cada vez maior entre nós,
Em que percebo nós mesmos do amor o algoz.
Ainda ontem havia a doçura do tempo em que
Eu seria tua amada, teu único encanto, o canto
Sublime de rouxinóis e cotovias,
O teu amado poema em corpo de mulher-
A inspiração que a tua poesia quer.
Havia esse sentir que ardia o dia, e que
Na noite das almas solitárias
Aquecia a madrugada fria.
Tuas palavras decantavam-me
Teus olhos e lábios chegavam-me
Nas letras e palavras que meu olhos liam.
Quando nada deixávamos de nos dizer
E até teu suspiro eu sentia por telepatia.
Existe razão em viver da saudade
Quando o amor foi feito para felicidade?
Preciso muito de ti ao meu lado
De um amor que possa ser tocado.

Restabelecendo-me a harmonia.
Da mesma forma que a melodia
Foi feita para a canção
Fui feita para estar contigo
No terno toque de magia...

quarta-feira, 14 de março de 2012

POEMA PARA A POESIA


Há uma essência de vento que em mim se derrama
Feito espuma e verso lírico de quem ama, esse sopro
Que preenche o corpo e acalma - por encantamento.
Razão lúdica etérea da alma - meu deslumbramento.
Que seria da noite sem tua companhia, teus abraços,
Que seria do dia sem tua inspiração teus doces laços
Nem o sol nem a lua seriam exaltados no cosmos,
Pois em ti a palavra seca se transforma.
Em teus veios há o licor que ao espírito apraz
O voo sublime de céus azuis, as nuvens da paz
O mergulho íntimo que estanca a sede voraz.
Tu és fascínio envolto de paixão
Do poeta o maior dos amores.
A melodia do coração
A mais linda flor
De todas as flores!
Sublime sinfonia
História feita de magia
Minha amada poesia!


Imagem de Umberto Buffa

terça-feira, 13 de março de 2012

A NUDEZ DO AMOR



Do amanhecer ao anoitecer delego às estrelas
Guardiãs do meu sentir, em suas rendas transparentes,
E às flores que me brotam neste peito incandescente
A proteção do meu bem, meu pleito, meu peito em teu leito.
Eu que durmo no tempestuoso céu desfeito como uma cama
Sem lençóis a lembrar de nós da ternura que escorrega,
Da ardência de fendas, de sendas vivas de entregas
Que aguardam o brotar da seiva de um lábio próximo.
Meu céu de amar é nu, perdido no êxtase sublimado...
Da entrega transparente de uma alma latente
Que se desvela...destituída de pudor...lânguida de amor.
Amo apenas amo...
Entre o agreste corpo da paixão
E o orvalhado cantar madrigal,
Razão no ato de amar não há!
É volúpia que flagela e amortece
Súplica que alegra e entristece
Sentimento insano de agonia e paz
Quando muito ou pouco que se tenha
Do ser amado nada basta,
Pois só o infinito amar satisfaz!

CARTA DE AMOR IV




A noite beijou o horizonte levando atrás
Das colinas o sol que te queimou a tez
Quando brincavas com tuas flores no
Mesmo jardim de glória
Onde nosso amor se fez.
Carrego-te na alma, delicada lembrança,
Inebriado que sou de esperança que tudo
Passe, que no lugar de tuas dores
Os versos te plantem nova vida.
Sem medo, escrevendo-me no teu espírito
Rezo para que mesmo longe
Meu onírico sublimar acalente teu ser
Nesse empírico modo de te amar.
A noite beijou o meu bem além
Da madrugada...
E eu sonhando com ela
A flor mais bela e serena
Por mim amada...

LIVRO DAS MÁGOAS




Nas águas dos meus olhos
Nos olhos da minha alma
Busco a amálgama que
Junte os cacos deste peito.

Num mundo desfeito
Entre guerras e terras
Onde homens desterram
Seu próximo em pleno
Equinócio de outono.

Em cego abandono de si
O vil metal impera, há pavor
No mundo das mágoas em que
Tristezas devoram famílias
Como minas que detonam
Histórias que se desfazem
Em vão, dinamitando
Sem razão
Esse pobre coração.

segunda-feira, 12 de março de 2012

A LÓGICA DO AMOR




É muito provável que o amor um dia te reencontre
Cedo ou tarde ele segue a mesma rota
De tudo que nasce, cresce, floresce e voa
Como flor de cerejeira para o céu de amar.
Vez por outra o amor ainda me visita,
Para filosofar a lógica do que parece insano.
Ele sabe que o amo, mas as incongruências nos
Enganam, assim como o destempero do espírito.
Ao contrário do que se pensa o amor não tem respostas.
Diz que não sabe nada de nada e confessou
Que também chora, mas que o choro é bendito,
Que faz parte da criação e que na dor de amar
Há a beleza singular da pureza das águas
Desses meus olhos que são gotas rosadas
A verter seiva ao longo da estrada.
Perto ou distante ele pede para que se persista
Que a alma se dispa e se revista de serenidade
Que tudo passa, tudo é graça divina se há vida.
E que a morte também faz parte da vida e que
O eterno é um grande enigma.
Disse ainda que brinca com o tempo, que suspira
Compadecido pelas dores e fenômenos da natureza
Diante de tantos lamentos e questionamentos pede leveza
Como se tivesse certeza do que fala
Como se tivesse fé de que ele mesmo
Estivesse tão longe do fim
Enraizando-se tão dentro de mim...

domingo, 11 de março de 2012

ALMA GÊMEA




Tu és a alma que me arde, o espírito que me invade,
A parte que me completa, ternura predileta...encanto!
Paixão que sob a luz da lua tece fios de estrelas, que brinca
Entre meus cabelos a fazer-me tranças, como se fossemos
Crianças a percorrer-nos por entre novelos em elos tão belos
Entrelaçando-nos sem paralelos, nos embalos de corpos singelos.
Oh imensidão! Dança-me a sonata mais bela faz festa
Que a espera na janela cadência suave meu coração!
Recita-me o cântico dos cânticos e unta meu corpo
Que sou teu santuário, teu sublime relicário,
O mais intenso incenso, tua mirra, teu perfume
A Essência da tua essência fêmea,
A carne da tua carne -Alma Gêmea.
O lírio e a rosa, a inspiração e harmonia gloriosa epifania...
O toque de seda de pele macia, elevado torpor que acaricia.
A outra parte perfeita - a eleita
Esse eterno poema de amor.
Fulgura-me com teu semblante, alma amante desse anseio
No torpor que de mim não se esvazia sem enfado da poesia.
Colhe-me entre as flores da manhã que quando a tarde se
Avizinhar serei tua flecha – teu arco- tua maçã - e teu alvo,
De ti não me quero a salvo, nem na aurora, nem ao meio dia.

Faz-me teu livro de amor...teu único ensejo,
Pois sou tua formosa arca...teu precioso tesouro,
O corpo do desejo que untas em mel dourado
No templo divino desse fogo sagrado!

POEMA DA GATA E DO DESEJO...




Há na alma essa vontade pura
De encontrar teus braços de
Entregar doçura, de amar na
Noite e desejar durante o dia.

Há na pele esse calor fissura
De possuir teu corpo de ser
Tua doce loucura essa
Paixão que tua carne procura.

E assim entrego-me a tua manha
Quando me levo até tua sanha
Em corpo de gata que te arranha!

Beijo-te profundamente
Quero-te ardentemente
Amo-te silentemente.

CARTA DE AMOR III




A vida parou no tempo, pois o amor
Que na verdade é jóia rara repousa
Em algum canto do mundo dentro de mim.
Antes que a saudade me drague, enquanto
Ainda admiro esse nosso vale e por mais
Que a alma cante o silêncio é uma
Lágrima caída dessa vida sentida pela
Falta de ti...querendo-te sempre aqui...
Ah meu bem...bem meu por qual razão
Essa emoção toma conta do meu eu?
Por quantas luas ainda olharei o céu
Desse azul que quer ser chuva,
Da minha boca que ser uva
E vinho teu!?
Seriam essas nuvens o leito
De um encontro para nós feito...
Seria o teu amor apenas lenda
Seria o teu amor algo que entenda
Esse peito partido em tantos pedaços
Desfeito nos milhares de beijos e abraços
Que na carne preciso cravar!?
Hoje sou o calor de um corpo
Que se escreve em palavra
Querendo a benção que exale
Desejosa que sempre de amor
Teu coração me fale...


Imagem do Vale da Benção - Trilha das Flores-Chapada dos Guimarães-MT

sábado, 10 de março de 2012

CARTA DE AMOR II





Os dias passam lentos enquanto aguardo
O momento dos intermináveis beijos que
Guardo para quando o teu corpo tocar.
Creia-me quando os olhos fecho
Ainda que haja encanto ao meu redor
Apenas penso em te encontrar.
Que eu seja a tua desejada vinha
Que te abrace com meus ramos
Dessa vida sozinha em que nos damos
E que nosso fruto sejam uvas azuis
Do amor a se perpetuar.
Perdoa-me se acordado sonho
Se todo esse amor que te proponho
Quase em ato de heresia
Da sagrada poesia de te amar!
Oh estrada que ainda aparta
Constrói uma ponte para que
Nãos se reparta o sentir,
E que a vida me ensine
Um modo que te fascine
Onde as fissuras da distância
Em abismos não se transformem
Enquanto na terra santa da paixão
Ternos os amantes dormem!

CARTA DE AMOR I




É na solidão do teu quarto que te amo.
Ainda que a distância demore séculos
Dá-me um pouco de ti que farei eterno.
Esquece a vida lá fora-a brisa sopra e
Vai embora, o fogo arde, a terra suporta
É meu ser que exorta esse querer.
Quando aquilo que tu escreves leio
Intensificam-se mares de amor neste seio
E os males de amar são levados para
Além mar.
O torpor ainda invade o corpo inteiro...
Pouco importa o que faço sou pedaço
Esplêndida parte minha onde andarás?
Já te pressinto aqui junto a mim
Quando o amor não tardará!

FEMME FATALE




Em um canto qualquer
Resta sentada uma mulher
Uma fera no céu do imaginar.
Refreando sua sanha de beijar.

Há um corpo ferido querendo o toque.
Que desperte os sentidos que provoque
Desejando que algo que traga calma
A completude do instante além da alma.

Talvez ela seja produto do meio
Um alter ego em forma de devaneio
A soma de toda forma de anseio.
Uma dama na busca de seu esteio.

É que a vida sozinha alucina
Determina a voraz sina
De um instinto animal
De ser essa fêmea fatal!


Imagem de Umberto Buffa

CONFUSO - O AMOR





O amor lavou-me em lágrimas de abandono
Sem sono, sem dono, sem dolo
Fez um preâmbulo de adeus
Sem Deus, sem nada, sem vento, sem lamento.
O amor tirou a folga do tempo, ele voltou indetciso
Não sabe dizer o que sente. E, por isto, talvez sinta.
O amor partiu os papéis, em sereno modo
Regou um jardim inóspito que virou oásis.
Era um calmo prodígio, e mesmo sem saber
Quem era, ainda que o fosse mestre, dizia-se aprendiz.
O amor já andou por Paris, passeou por Roma
Levou-me em meio a lama de papéis e talvez
Quando retome sua lucidez
Leve-me consigo a um elevado sentir.
Ele fala pouco o amor.
Magoa muito, mesmo sem querer.
Displicente, demente, silente
Tem uma essência de pureza
Um sexy appeal que arrebata.
Por vezes mata, e, na lata, seja
Tão louco por amar
Quanto eu.

sexta-feira, 9 de março de 2012

VIA LÁCTEA




Quando o amor me concede o momento
E vem com jeitinho em mim se aninhar
Congelo o tempo e o instante perfeitos
Para na eternidade do momento deleitar.
Esse profundo sentir divagante
Que cativa o infinito do espaço
Expondo-se confidente e inteiro
Como a face do amor verdadeiro.
Derramo mil estrelas entre orvalhos
Perfumo um corpo astral no imaginário
Em banhos de luz sou via láctea.
Profusão de energia incandescente
Em feixes dourados que transcendem,
Da universal ânsia que me impele
Dessa alma desnuda que se revele.
Deliciosamente para que me arranhe
Delicadamente para que me assanhe.
Escorrendo em fervor feito sangue de vulcão
Brotando em lava estelar dilacerada de paixão!

quinta-feira, 8 de março de 2012

POEMA DE UMA MULHER PARA DEUS




Dia sim dia também faça-se a oração de amor
A quem eu tanto amo e quero bem.
Pai, toma-me pela mão e revela-me a verdade
Fulgura meu espírito para a noite que chega
Daí-me a sombra no dia que ainda se nega a
Apontar-me a direção além do que a alma prega.
Ampara-me quando ninguém mais me escuta
Faça com que a vida que levo em constante luta,
Nela eu use somente a força necessária
E que longe de ti eu não seja arbitrária
Firmando sempre ilibada a minha conduta.
Olha-me com carinho, pois na estrada há espinhos,
Sendo que às vezes sou meu próprio algoz
E minha voz apaga-se no eco da iniqüidade.
Purifica-me, esclarece-me
Ensina-me trilhar o tão doloroso
Caminho do meio, em que a sabedoria
Traz paz e que a paz abraça-me
A mente e o corpo inteiro.
Mostra-me os laços de ternura
Que por vezes restam olvidados
Dosa-me a luz para que não fique cega
Dosa-me a escuridão da minha entrega
Livra-me do famigerado dolo,
Para ser digna do Teu amor
E merecedora do Teu bendito colo
Amém.

quarta-feira, 7 de março de 2012

CIDADE DOS ANJOS




Quando a vida amanhece escura e o dia dura demais
Transporto-me para algum canto do céu onde
Transformo-me neste ser de luz, neste espaço de paz.
E assim quando o celestial mundo irradia-se em mim
Na alvura das nuvens, entre iluminadas estrelas opera-se
A cura de toda tortura voraz, da loucura que se compraz
Em ser aquilo que se tem e não o que a alma traz.
E assim despida de todos os adereços e vestida
Dama cristalina, alma de menina
Deixo florescer a vontade incansável e insaciável de amar.

Perto do céu
Envolta no ar
Fazendo meus próprios arranjos
Naquela cidade dos anjos...




AMOR IMPOSSÍVEL





Entre a razão e o coração haveria no mundo algum jeito
De versar a emoção e colocar teu amor dentro do peito?
De acalentar-te dentro de mim, de expressar o inexprimível
Esse amor que contorna o sem fim de fazer real o impossível...

Meu doce amor impossível a quem amo, meu afago, minha canção
Quando na fantasia divago, vejo-te, com ternura, em minha mão.
E assim, elevo-te até meus lábios, desses beijos tão guardados
Em que te forjo cavaleiro e de todos os amores o mais amado...

E dançar-te-ei dentro de mim a valsa das profundas brumas
Como se fossemos plumas e que as ondas nos formem espumas
E nossos corpos transportem-se ao limbo em simples magia
Para que eu te seja o mais lindo poema e a razão da tua poesia.

Meu doce amor impossível, que o ar no qual volita a tua prosa
Dessa linda e sonhada aurora seja de todas as asas a mais vistosa,
A brasa mais ardorosa que brilha no céu  admirável e  indivisível,
Tornando este profundo amor possível...posto que inesquecível...


Imagem de Umberto Buffa

terça-feira, 6 de março de 2012

POEMA PARA UM GRANDE AMOR




Ainda não me fui de ti, olvidada flor desse jardim...
Tampouco pertenço a mim - essa rosa solitária
Perdulária dos beijos teus que quero!
À vista do onipotente, clementemente rogo prazo
Para que em voo raso, razoavelmente volte à vida
E encante novamente um grande bem, meu bem...

Prometido cântico é o amor!
Em que as notas essenciais e musicais tomam os
Corpos, apaziguam as almas das danças solitárias.
O tempo revela até o que a palavra não exime
E assim imprime o desejo que nada no existir suprime.

Prometido cântico é o amor!
Entre todos os elementos materializado em poema
Alimentado de essência de ambrosia, sou teu sonho
Da reinvenção do ato de amar em si na vida e além
Dos passos que te trazem quando digo que te amo.

Prometido cântico é o amor!
E assim aguardo, no mesmo banco em que te vi, pura
Ainda plantada em teu jardim, doce fissura, em que
O vento castiga vez que o tempo passa e a noite gela
Sou aquela que ama noite e dia esse amor em poesia!

segunda-feira, 5 de março de 2012

A ARTE DE SENTIR




Sinto muito quando amo, a ponto, de por vezes,
Perder-me de mim mesma quando vou a ti.
Talvez seja essa alma imperfeita, afeita a amar
Perdidamente que me faz refém da arte de sentir.
É que o espírito sonha demais e fantasia
Reflete-se no espelho das águas da poesia,
Em que o devaneio a vida alivia, e o sonho
É o jardim em que se pode noite, ou dia,
Deixar que a alma vague
Até que a última estrela se apague.
Tudo em mim esparrama-se nesta luz cega
Que o peito ainda desconhece o que prega
E ainda que eu te pedisse perdão por amar demais
Indago se tu compreenderias, quando digo
Que o esquecimento é a saída
Quando o teu amor arrombou meus portais
No instante exato em que entrastes
Em minha vida.
Peco porque te amo
Peco porque te oblitero
Pecaria mais ainda se não te quisesse
Tão amorosamente como te quero!