sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

6 MESES



Em teus poucos centímetros
Residem meus sentimentos
Mais íntimos,
Incidem as graciosas luminosidades
De verdades que redescobriremos
Juntas.
Já se passaram tantas luas,
E outras tantas serão do nosso porvir...
E já estas tão aqui - ainda que no teu preparo
No teu crescer  - em meu amparo
Que sou puro açúcar derretido por ti.
Redobro os sorrisos no meu despertar
Redobras tuas forças nesta jornada
Sou o fio de prata que te traz à terra
És o fio de ouro que me faz apaixonada!
Já se passaram tantas luas
Quais serão os sonhos teus
As aventuras tuas?
Nesse berço que te sou hoje
Na oferenda da minha proteção
És tu que me devolveu a esperança
Quando te aninhastes a favorita

Princesa do meu coração...

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

22 SEMANAS



Nesta caminhada, tu e eu,
Antes eu e o nada...
A estrada vestiu-se de flores
Meu ventre apossou-se de amores
E os candelabros suspensos
Aguardam serem a luz do nosso baile.
Meus olhos são teu profundo berço
O começo ainda que no futuro
Quando o destino seguro der-te a mão
Eu ainda serei refém do teu sorriso
E tu a guardiã do meu coração.
Entre nós ainda o tempo,
E todo sentimento tão próprio
Que acompanha a desejada espera.
De tantas eras em que o mundo caminha
Tu singela filha minha
É o acontecimento maior
Do meu espírito.
Saída dos meus sonhos mais puros
Na delicadeza com que te nomino
A razão além de qualquer desatino
A loucura mais doce de alguém
Que a vida gera,
Meu milagre,
O poder,

A redenção!

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

PARA ANA AMÉLIA



A todos os pseudo amores
Que me fizeram pensar que o amor
Um dia tive, digo sem pesar do meu engano
Posto que hoje, enfim, o amor em mim vive.
De fato é o amor que me ilumina,
Essa menina, filha do sol, afilhada da lua
Que me nina, pequenina, e me desperta
Aurora pura.
Da vida quase louca, corrida que me permeia
Tudo deveras fora um castelo de areia
Antes desta existência.
A todos os quase amados
Sem enfado resta em mim guardado
A lembrança
E o exercício da ternura.
Nunca amei antes,
Com tamanha intensidade
Como já amo minha filha
Pedaço de mim e do meu amor
Essência da mais sublime
Doçura.
(Mamãe)

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

ENQUANTO TE ESPERO



Discípulo da ternura é amor, aluno e professor ensina-me a viver, a me reconstruir aos poucos mais serena, pacífica nas pequenas coisas, guerreira no que demanda vigor. Eu que hoje caminho lentamente, que me ergo com delicadeza e cuidado vejo na vida que sou e a que levo um grande ensinamento.

Todas as memórias acalentadoras que trago foram importantes para que nesta fase da vida eu me visse com plenitude no espelho do tempo. Amo meus sinais do tempo, não tenho qualquer vergonha dos mesmos. Os aceito como parte de mim e do todo que se manifesta na minha existência.

Meu corpo que não é mais o mesmo celebra a vida. Ultrapassei a estética do instante e, constante aceitei cada mudança necessária nesta busca de "nós".

Pego-me divagando pequenas coisas, antes sem sentido, e que hoje incorporo como etapas do meu porvir.

Eu aguardo quase pacientemente a chegada da luz, eu rogo braços fortes que embalem sonhos, eu oro para que o maior de todos os tesouros me receba, assim como eu já o recebo em profunda gratidão para com o universo.

Mas sei que o amor que hoje vislumbro é parcial, que esta em formação e promovendo uma transformação que eu já havia ouvido falar, mas que jamais havia experimentado.

Tudo que eu concebia como sendo amor parece ter sido uma certeza momentânea, dessas que fez sentido por algum tempo, mas que a vida que vivo agora aponta como sendo relativo, um conceito que se tornou insuficiente quando penso no amar que, enfim, dure.

De tudo que ainda não sei, mas que aguardo é que o amor ultrapassa a eternidade, e que te aguarda no meu peito, no maior de todos os gestos de infinita ternidade.



quinta-feira, 29 de agosto de 2013

DAS CAUSAS E DOS EFEITOS



Desses dias meio parados e azedos
Dos cheiros que me chegam estranhos
Do frio sem razão
Dos tamanhos
Dos medos
Do descontrole que me rodeia
Eu espreito o semblante do tempo.
Como sempre ele me pede mais paciência
Que eu divido em:

(PÁz+CIÊNCIA)

Essa arte de me desligar das  causas
De tentar controlar os efeitos.
Eu mudei a minha forma de ver a poesia
De sentir que o sentido precisa ser claro
De tentar desvendar enigmas.

Eu não desafio o tempo
Eu não construo templos
Nem faço apologia.
Não posso dizer do vazio da noite
Que agora durmo
Não posso dizer da solidão do dia
Que agora tenho companhia.

Que dizer quando não se tem nada,
Quando todo exercício intrínseco parece
Forçar a pseudo intelectualidade que inspira?

Meus pensamentos já soaram liras
Já entoaram paixões
Já mataram amores
E ressuscitaram razões.

Meus pensamentos já atearam piras
Já fomentaram dragões
Além de figuras
E me apaziguaram na ciência
Que construo

Sem teoremas ou regras rígidas. 

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Devaneios



Eu que por hora sou feita de sonhos, daqueles que não imaginava que poderia criar, eu que embalo uma porção do infinito, a qual já não suponho viver sem amar, eu sou um ser entregue na providência superior e apenas espero... Espero que as noites cheguem mansas, que acolham a doçura das crianças que brincam inocentemente de fazer comidinhas  num quarto ou na sala de estar. Eu que recrio em mim um pedaço do universo, uma rotina de candura além de versos, que priorizo minha condição como uma graça de vida sigo brincando de ser estrela. Em mim essa constelação que parece entender minhas imperfeições e que contempla o divino, o essencial, a inspiração como uma ligação sublime com algo maior que nós. Assim, feita de metáforas e figuras, semeio pontos de luz que sustentem além das alturas, no aconchego do meu ventre, onde o amor há de ser maior que meus anseios, a repelir as sombras e os buracos negros. Perdoe-me a imperfeição deste cenário, o lúdico que em mim desde sempre trago, é que sou feita...De Sonhos. 

sexta-feira, 19 de julho de 2013

SEGUIR ADIANTE




Via-se mais como um espectador de um recital enigmático feito em prosa lírica do que como um eu guardado e emoldurado...
Quanto de si ainda era fruto do passado, quanto era o desejo de se tornar algo que ainda não tinha...? Entre os breves momentos em que sabia-se mais ser do que ter, nessa transitoriedade, ordenava-se pelos pequenos fragmentos do dia.
Uma estrada que mais tarde viria, o vinho que beberia, o sono no leito eleito. Ainda assim tomava certas formas mitológicas internamente, sem transparecer ausências.
Parou de se cobrar resultados a longo tempo. Ficou evidente demais saber do amanhã quando o desfecho do hoje ainda não foi escrito!
É tão inverídico planejar, viver restrições que na realidade são reflexos sociais, quando aquilo que realmente nos dá paz é simples. O eu, o tu, o nós, essa voz que arrebata chamada consciência não pode ser moldada como se fossemos produtos fabricados em larga escala.
Nesse palco em que nem sempre a sinceridade pauta os atos, em que o status é exacerbado a essência única de cada um transbordou-me a forma pronta e reordenei espaços.
Não, não mudara o estilo do meu pensamento, apenas verteu uma escrita que passou a ser livre, sem máscaras metafóricas além do necessário.
A alma passou a ser soberana até das dúvidas, porque as certezas não traziam tranquilidade. A brevidade de tudo é clara e não assusta. A impossibilidade de mudar, para melhor ou para pior sempre foi o maior pesadelo, o entrave no processo de evoluir.
Aquilo que parecia ser clichê - de que as pessoas são o que são continuava a provar-se ser clichê.
Cada coisa tem seu lugar no espaço apenas por um tempo. Para que perpetue o seu valor e seu reconhecimento precisa desconstruir-se, reparar falhas, falas...
De tudo que habita o ser, da mística velada, da moral, a ideia de plenitude temporal do agora deveria ser uma constante, sem imaturidades ou impulsos incoerentes.

Mudar nem sempre é melhorar, ainda que às vezes sejam processos idênticos em suas causas e efeitos, o fato é que nada permanece inalterado quando verdadeiramente passamos a conhecer a nós mesmos.

domingo, 7 de julho de 2013

QUASE ONTEM



A face pintada ao tempo do riso,
Quando no dia ímpar
Meus pares eram o paraíso.
Uma chama em forma de fâmula,
A sede dos tempos.
Preciso ouvir as canções
Da minha mocidade,
Olhar a verdade das paixões
Sem veleidade
Reconhecer que a verdade é posta
Apenas quando não se busca resposta
E que a fantasia é parte da carne
Que arde.

domingo, 9 de junho de 2013

SIM




Se ambos nos amamos e este amor há anos
É razão de estarmos juntos, deita hoje 
-Sem cerimônia em meu colo meu amigo.
Que se digo que a vida precisa ser simples
Leve como uma tarde de domingo
Seja breve - então vem,
Que o tempo é o medalhão
Que carrego no busto
Um artefato
Medidor de agoras.

Se ambos nos queremos e nos inflamamos
E não não existem mais enganos
Nem restamos mais aflitos
Faça um futuro comigo, beba da minha taça!
Dá-me a graça de ser teu abrigo,
Abre tua alma sem reservas
Libera-te das catervas da existência!
Semeia o grão do infinito,
Faz do presente um filho
Renega a velha paixão
Transforma-te em meu fim.

Que se por ventura 
Alguma vez fui teu não
Mil nãos são quebrados 
Por um único sim.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

O TEMPO CERTO


Era preciso tempo para acalmar.
Redescobrir os sonhos sem esquecer do presente.
Saber que no caminho as dores havidas
Não diminuiriam as pequenas vitórias.
Era preciso deixar de querer.

A paixão esvazia - é o amor que faz história.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

CÓDIGO DE BARRAS






Hoje só queria um poema de alívio,
Que celebrasse a alegria implícita
Do que não digo.
Que disfarçasse o riso explícito
Desse caos que me rodeia.
E não encontra indícios que me chateia.

E assim pudesse, quem sabe,
Ter coragem de ler os livros que ainda não li
De abordar as minhas ideias de forma mais concreta
E de fotografar o instante
Pela minha objetiva.
Não, não me rotulem a um único estilo
Que não sou passível de síntese
Nem uma fileira de símbolos
Desconhecidos.



quarta-feira, 15 de maio de 2013

HORAS VAZIAS



Minha face escura esta dormente.
Quando acordada mente para minha face clara,
Fala que a felicidade é cara,e que raramente existe luz
Uma luz sábia que me redima da hipocrisia.

Eu que não domino o esvair do sonho, 
Mas também não sou dominada por ele,
Apenas fito esta alternância de sedes,
Essa redes que imaginam me prender.

Nada mais oblitera meus selos.
Criei um mundo em que mesclando
Medos, tempestades e um arco-íris
A cor final é da minha íris,
E da minha boca 
Aflita no teu silêncio.

As horas, as horas apenas nos contemplam.
Magníficas guardiãs cortantes e dilacerantes
Daquilo que se chama tempo.


quinta-feira, 2 de maio de 2013

QUADRO DE AVISOS




Sinto sua falta. Não sei seu endereço, telefone,
Apenas sei que existi num espaço curto de tempo em sua vida.
As coisas tornaram-se mornas, os dias curtos, as desculpas mais elaboradas.
Nada que se diga supre a minha falta em dizer que você ainda é parte de mim.

Muita coisa aconteceu comigo,
Fiz novos amigos,
Viajei por mil lugares
Levei você na lembrança.

Mas nada disso basta.
Quero que venha,
Que divida sua existência
Se você quiser.
Prometo reciprocidade e cumplicidade.

Não me resta muito senão o seguinte:
Publicar nesse pedaço de jornal
Com algum requinte o meu endereço:
Rua da Saudade.

terça-feira, 23 de abril de 2013

CONFUSO-O AMOR




O amor lavou-me em lágrimas de abandono
Sem sono, sem dono, sem dolo
Fez um preâmbulo de adeus
Sem Deus, sem nada, sem vento, sem lamento.
O amor tirou a folga do tempo, ele voltou indeciso
Não sabe dizer o que sente. E, por isto, talvez sinta.
O amor partiu os papéis, em sereno modo
Regou um jardim inóspito que virou oásis.
Era um calmo prodígio, e mesmo sem saber
Quem era, ainda que o fosse mestre, dizia-se aprendiz.
O amor já andou por Paris, passeou por Roma
Levou-me em meio a lama de papéis e talvez
Quando retome sua lucidez
Leve-me consigo a um elevado sentir.
Ele fala pouco o amor.
Magoa muito, mesmo sem querer.
Displicente, demente, silente
Tem uma essência de pureza
Um sexy appeal que arrebata.
Por vezes mata, e, na lata, seja
Tão louco por amar
Quanto eu.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

PLANO DIVINO




É certo que Deus me guarda algum plano divino,
Que meu destino esta em minhas mãos, mas o mapa,
O caminho foi indicado para meu esclarecimento.
Por mais que não existam tormentos em mim,
Pacificada na quietude do meu ninho, sou ave
A planar por esclarecimento.
E para meu entendimento criou-se o tempo,
O modo que o Pai me explica o que não compreendo,
Que inspira os remendos do espírito ferido,
O remédio das minhas chagas,
O antídoto para minhas mágoas,
E um rio novo que leve o veneno chamado saudade.
Enquanto divago nos planaltos, sei que Ele do alto me vela.
E que não existe cela, pois sou livre.
Hoje compreendo que se permaneço é porque ainda teço
Uma trilha própria além do que vejo desenhado por Deus.
Ele me deu esse arbítrio, pois desenhou apenas o início
Da minha saga, tendo deixado para mim
O poder e o direito
De escrever meu próprio fim.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

MEU ESPÍRITO




Um cenário exuberante é o meu espírito,
Observador, é o amante do tempo, ínclito
Em todos os caminhos que trilha, solícito
A toda alma verdadeira que se aproxima.

Dança ao som do infinito que semeia,
Como se violinos e flautas fossem parte
Da sinfonia da vida que em algum lugar
Aguarda a minha chegada sem partida.

Meu espírito teme, mas persevera, sonha,
Evoca alguma força maior que ele mesmo
E se rebatiza a cada manhã que se inicia.

Entre lágrimas e sorrisos não perdeu a esperança
De que o paraíso esteja logo depois daquela esquina
E se vê diante do espelho, num corpo de mulher
Com a alma de menina.

terça-feira, 16 de abril de 2013

A PAIXÃO DAS ESTRELAS




Das favas do céu que em ti derramo, o doce na minha boca,
Da mais louca fantasia que de mim tu dispas, o ramo lúcido,
Sou a noite quista no teu corpo, o tom que te harmoniza.
E se és poesia eu sou a tua poetisa, se tu fores canção eu serei a tua voz
E se existe nós além dessa brisa,
Perceba que minha pele hoje de ti precisa.
Nasci da ponta de uma estrela, numa madrugada certa
A escuridão do teu ser antes deserta, restou desperta
Nos labirintos do meu corpo de luz. A lua era vermelha,
A vida era centelha e corria a teu encontro.
Levei-te sem que me pertencesse, ou aquiescesse a entrega,
Da lâmina cega que fez o corte - o pacto de sangue,
Guardei-te a lembrança iluminada das fontes, que lavaram-te
Das distâncias intransponíveis erigi as pontes, que selaram-te
Os perfumes e os enlevos...O vigor do vinho, que bebes-te por fim.

O verso é o segredo que te transporta ao meu leito,
Feito de um terno peito amante e amigo,
Onde teu elo comigo não sabe encontrar fim.

Que se do calor espacial do meu corpo
Tu te apartas, nada te fartará só meu cheiro de jasmim.
E se tuas horas sem mim são tão vagas,
No devaneio de um encontro próximo que te traga
Venha apenas se não quiseres te apartar mais de mim.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

ROCOCÓ




Amei e amo sem dó. Em gala me aprumo, na sala me arrumo
Lindamente ainda que só. E se o baile me pretende, se a vida
Me desprende de seu nó, dando guarida a felicidade -essa voz,
Canto nos campos áureos o som do meu próprio gozo- pomposo
Ser que me acompanha na sanha da época da luz.
Enfeito-me, dama e bailarina, mulher e menina,
Deleito-me com as formas do espelho, o batom vermelho,
E o sim de mim a ti derramo enquanto arranho a melodia
De um bandolim num violino que aceita meu devaneio.
Amei e amo sem dó, escrevo mil cartas de amor,
Entrego-me na pureza da flor - que encontra a abelha
E que sabe que a centelha do amor não se apaga.
Amor que é amor não divaga, transforma a saga
Da existência e do ser...Evolui o estilo-lapida-se.
Amei e amo sem dó, sem clemência ou truculência.
Apenas preparo o solo, acolho meu pó
E flutuo com meus pincéis de ternura.

Delicadamente tão rococó,
Perfilando os meus desejos,
Que ei de satisfazê-los- porque
Amei e amo
Sem dó.

quinta-feira, 21 de março de 2013

TATUAGEM


Tatuada em minha pele
Marcas inexplicáveis de ti.
Uma ilusão que não sorri
Só moderação me impele.

Preciso escutar-te mais

Rever o que tira minha paz
Tornar a ser profana e santa
Como essa sede voraz que se planta...

Na tua retina as impressões indeléveis de nós

As ramificações distantes da mais singela
Caricatura.

Meu lado frágil e que se compraz

Além do desejo voraz
De encantar-te pela ternura.

sexta-feira, 15 de março de 2013

UM ÚLTIMO POEMA DE AMOR




Na derradeira carta que te entrego,
Nesse amor que já não nego,
Teço a despedida e meu desapego.
Perdoa-me todo o bem que te quis...
Não pude fazer-te feliz,
Nem consegui aceitar as limitações da tua alma.
De forma calma
Deixo meu desabafo, um lastro no céu
Que nem alegre, nem triste
Insiste num azul tão blue
Enquanto prefiro o rosa do entardecer.
E quando em nós o amor resplandecer
Quem sabe num futuro promissor
Possamos falar de amor como fazíamos
Retomado o riso e filosofado
Sobre a infinitude do paraíso.
Devolvo-te as outras cartas
As tuas juras, e quanto às fissuras no teu peito
Saiba: uma a uma costurarei,
Com linha de brilhantes,
Para que ilumine a tua escuridão.

Por fim, em verso me despeço,
Com um beijo que não te seja
O gosto da morte.
Desejando-te felicidade no caminho
E toda a bonança da sorte,
Desatando o laço de cetim
Que te unia
A mim.

segunda-feira, 11 de março de 2013

O MUNDO NAS MÃOS





Tivesse o mundo nas mãos, não, não a lua, com sua luz tão nua, nem o sol, esse farol
A queimar a carne crua, faria um balé de fé, um ato humano que se fizesse divino.
Convidaria as águas, os prados, as encostas, os meninos que correm, as meninas 
Que riem o riso singelo daqueles que se descobrem pelas estradas em suas
Vontades estampadas, no pleito delicado sobre a vida tão bruta.

Pudesse dizer-te o que sinto, mas apenas seguro teu mundo nas mãos,
Sem que qualquer lapso distinto do que sou, sim - o que sou eu asseguro,
Luz além do murro que te percorre, quando nada mais te socorre  - a paz rebelde.
Um tanto ferido sou esse ser, muito arredio em confessar o inenarrável,
Posto que parece execrável repetir a mesma ladainha sempre, e sempre e sempre...

Não explicaria mais nada, só dançaria na ponta dos pés para que não me ouvisses
Nem chegando ou partindo no espetáculo da vida.

Quisera ser o beijo da flor
E possuir o tempo em meus movimentos
Para o gozo do mundo
Em meu louvor e seu contentamento.

segunda-feira, 4 de março de 2013

PARADA NO TEMPO




Não viverei parada no tempo
Contemplando um retrato preto e branco,
Acuada no canto da memória,
Remoendo a mesma história.

Não. Mil vezes não eu repetiria
O mesmo verso a nostálgica poesia
Mas aquilo que era antes
Passou.

Em cada negação minha
Em cada ai
A cor não volta, e a paz...

...Segue pela avenida
Polida
Dizendo...Nunca...Jamais.

domingo, 3 de março de 2013

ERA UMA VEZ




Pode ser que eu nunca mais te veja
E seja um corpo que deseja o teu amor...Tanto ainda demais!
E que a paz seja mesmo esse fogo que ardeja, a saudade que lateja
Nos confins dos meus infinitos ais.
E que eu me recorde de quando te tive
Como algo que vive ainda queimando dentro de mim
E que um sem fim de coisas ainda precise dizer
Antes que se decrete o nosso fim.

Pode ser que eu nunca mais te veja
E que derrame um rio de sal na imensidão
Que meu coração doente não suporte e tente
Encontrar-te nas fissuras da paixão.
E que eu ainda que diga que não quero
Perceba no teu singelo silêncio um sim
E caminhe em direção do horizonte
Sabendo que o amor ainda pensa em mim.

E que teu corpo me encontre
Em alguma ponte entre as pedras que esculpi
E que meu grito rompa toda essa falta
Que eu sinto de algo que nem sei
Se ainda é possível existir.

Pode ser que um dia
Tudo esteja além do futuro ou passado.
E que eu seja o teu presente
O teu anseio mais desejado
E que meu riso latente
Te faça
Meu eterno namorado.

sexta-feira, 1 de março de 2013

DENTRO DE MIM




Se eu pudesse ouvir tuas palavras,
A lavra da vinha do teu coração
Eu sinto  - viveria esse amor sem fim.

Flertaria a paixão sem enfado,
Em algum prado, onde busco teus olhos.
E se minha camisa eu molho pela solidão,
Esse meu desejo de ter-te além da ilusão,
Possuo-te em um recanto bucólico de mim.

A única coisa que posso dizer-te
É que teu corpo jamais conheceria
Da desventura da noite fria.
Somente da poesia, do canto...
Das fissuras do mais puro som de bandolins.

Dançaria sob sóis e outras estrelas,
Brincaria entre uvas e cerejas,
Faria um recital só pra te ver feliz!

Assim, quando a primeira brisa chegasse
E não mais a ansiedade imperasse
O amor restaria feito.

Como o amor que faço
Num rasgo entre o sagrado e o profano!
No profundo em que te guardo
Dentro do meu peito.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

ROMÂNTICA DEMAIS...




Que meu amor te chegue feito sopro
Que te baste além do que resta posto que
Não pague imposto por ser rei
Que transgrida alguma lei
Sem consequência.
Que meu amor redesenhe a cena toda!
Que faça uma entrada triunfal pela sala
Que não se desfaça na fala das intrigas
E das saudades porque ninguém liga
Para nós-somos os senhores do nosso destino!

Que meu amor seja teu combustível
Que seja audível além do silêncio que impera,
Que gere uma nova era de entendimento
Onde prospere a prioridade do lar,
Esse ninho que crio aos poucos em mim.
Sem que desconheça o fim, a finalidade
Que esteja imbuído de vontade e não
De comodidade.
Que amar de verdade vai além da convenção
Precisa ser algo a se renovar - a cativar o coração.

Que meu amor me proteja
Ainda que eu não veja sua
Atitude romântica.
Como aquele que me deseja
Muito além
Da semântica!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A FÉ QUE TENS NO MEU CORAÇÃO




Meu amado, meu doce encanto, dizer que te amo,
Esse tanto que me rasga, que me engasga e estremece,
Enquanto tua crença em meu ser não esmorece,
É, possivelmente, o céu que sonhei enfim.
Em mim ainda tantas trilhas, tantas milhas a serem
Percorridas pelo que concebo necessário à evolução.
Hoje estou mais certa do que sinto,
Mas se disser que tenho certeza eu minto – e tudo o que quero
E o mesmo que de ti espero
É sinceridade.
Tudo aos poucos toma seu lugar,
A intensidade das coisas, as impressões das gentes
No papel que a vida encena como uma grande apresentação.
Reflito sobre meus erros que antes julgava serem acertos,
E no aperto doloroso arrebatou meu peito.
Tua crença em nós foi o meu resgate de uma clausura,
Que eu mesma havia me imposto – e que fui liberta por ti.
Quero-te assim perto de mim, indulgente,
Soberano e senhor do meu amor
Do único sentimento que me exorta,
Da única emoção que me importa – nós dois!
Ainda que eu não possa prometer a perfeição,
Eternidade ou qualquer coisa além das minhas forças
Vivo o hoje plenamente ao teu lado,
Desejando-te meu namorado e fonte da minha paixão.

Contemplo o horizonte de dias lindos,
De um futuro que nasça sorrindo
Pela ternura do teu coração.


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

EXISTIR ALÉM DO TEMPO





Com o passar do tempo
Fui separando joio do trigo
O bom do ruim, o certo do errado.
Redescobri em mim um mundo cerrado,
Pronto ao desvelo,
Entre o sonho e o pesadelo naveguei.

Conhecer-te tornou meu espírito
Ávido ao entendimento.
Olvidado nas lacunas, pronto a sair de
Um quarto escuro onde o medo
Era meu degredo.

Com o passar do tempo
Muitos vivem
Outros passam pelo existir
Como se fosse fácil
Como se luz e escuridão fosse
Algo de natureza tátil.

Os bons traçam um portal metafísico inatingível.
(Passei dessa fase - ainda que seja uma mulher)
De frases e fases

Interessa-me mais o mundo
De gente possível.