terça-feira, 23 de abril de 2013

CONFUSO-O AMOR




O amor lavou-me em lágrimas de abandono
Sem sono, sem dono, sem dolo
Fez um preâmbulo de adeus
Sem Deus, sem nada, sem vento, sem lamento.
O amor tirou a folga do tempo, ele voltou indeciso
Não sabe dizer o que sente. E, por isto, talvez sinta.
O amor partiu os papéis, em sereno modo
Regou um jardim inóspito que virou oásis.
Era um calmo prodígio, e mesmo sem saber
Quem era, ainda que o fosse mestre, dizia-se aprendiz.
O amor já andou por Paris, passeou por Roma
Levou-me em meio a lama de papéis e talvez
Quando retome sua lucidez
Leve-me consigo a um elevado sentir.
Ele fala pouco o amor.
Magoa muito, mesmo sem querer.
Displicente, demente, silente
Tem uma essência de pureza
Um sexy appeal que arrebata.
Por vezes mata, e, na lata, seja
Tão louco por amar
Quanto eu.

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