sábado, 24 de dezembro de 2016
ESTE NÃO É UM SIMPLES TEXTO DE NATAL
terça-feira, 22 de novembro de 2016
TEOLOGIA POÉTICA
Poderia o poema ser a paz
De uma alma inquieta, incapaz
De se dar por satisfeita com o trivial?
Seria ideal ter-se porções medicinais
De tenra poesia.
Valeria encapsular em homeopáticas doses
As andanças sensíveis dos olhos impertinentes,
E fazê-los meditar
Além dos singelos registros históricos.
Mas o poema não pacifica.
O poema é a solidez
Sem amarra formal.
E assim, em busca de paz
Jaz o poeta em conflito - íntimo-
Da mesma forma que o médico
O pedreiro
O padeiro
O pó
Permeiam
A alma de quem
Sente
De verdade
Todas as dores
Além mundo.
domingo, 13 de novembro de 2016
PARA A LINDA BAILARINA
O amor minúsculo cresce
Parece a miniatura do amor
Maiúsculo.
Canta o dia todo,
Sabe números em inglês,
Compreende mais do que eu
Responde os meus porquês.
E me aquece.
Nas noites frias das incertezas
Da vida, esse amor me dá forças.
Ele transmuta o céu cinza
Em arco-íris de massinha.
Recita poesia
Receita alegria.
E apesar de uma lista de imperfeições
Que compõem minha alma
É a síntese perfeita
Das minhas melhores qualidades.
Ela se diz
Uma linda bailarina.
E é...
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
O VELHO NOVO AMOR
sexta-feira, 30 de setembro de 2016
COMO DEVE SER O PARAÍSO
Como deve ser o paraíso
Aos olhos de uma criança?
Haverá dança, o que será preciso
Para que a felicidade esteja estampada?
Será a paz a plenitude,
Ou o festejo do reencontro esperado?
Haverá um caminho de folhas amarelas?
E o frescor das tardes entre amigos?
E se o impreciso povoa o coração,
Enquanto as lágrimas da separação
Ainda caem, somente a fé
Ensinada pela mãe
Acalenta a criança.
Como deve ser o paraíso?
Que perfume será sentido
Que tato será perpetuado
Que palavra romperá
O silêncio do vazio...?
Do pouco que anseio
Pelo acolhimento que pranteio
Apenas uma certeza tenho:
O paraíso
Será o colo
Da minha mãe.
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
POESIA MINHA RELIGIÃO
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
BALADA DO AMOR VERDADEIRO
Quando ouvi seu chamado,
Dizendo que realmente me amava,
Acordei do pesadelo,
E retornei a você com minhas próprias asas.
E se a correria da vida
Não nos permite perceber
Que nossos cantores prediletos
Já morreram,
Restaram-nos suas canções,
Sinos que rompem o selo dos iludidos,
Aturdidos pelo silêncio de falsas promessas do destino.
Destilei o veneno
De ardilosas emoções,
E assim, como se tudo fosse
Pacível de se sorver,
Feito suco verde que fortalece,
Refiz a prece e vivi
Como se não tivesse acontecido.
Absorvi a dor inerente da evolução.
E daqui a muitos anos
Quando meu amor for
Lembrança,
Quando o que restar de mim for
A criança
Eu saiba a dimensão
De não sentir temor ou dó.
Acalentada por alguma
Balada que me inspire
A transmutar o amor
Além do ser
Que nunca esteve só...
sexta-feira, 12 de agosto de 2016
TIC TAC
Ainda dá tempo
De ser reinvento
De amar a contento
Sem desalento.
De ser Drummond
De ouvir outro som
De ser bom
Por dentro.
De retirar a ressalva
Cobrir a pele de malva
De mergulhar no mar de amor.
De ser mais do que o ter
E renascer
Alguém de valor.
sexta-feira, 5 de agosto de 2016
DELICADEZA, EU ESCOLHO VOCÊ
sexta-feira, 29 de julho de 2016
DOCES SONHOS
Em minha mão seguro a estrela das horas.
Cinco pontas
Quatro direções
E a esperança que não quer ir embora.
E apesar de ser tão distante
O berço das minhas razões
Sinto-me viajante de mim mesma.
Percorro céus em pássaros
Que me emprestam asas invisíveis,
Comemoro cometas
Como se fossem aniversários.
Adormeço entre doces
De cremes de ovos e nozes,
Confeitados em sonhos.
O céu é meu cobertor
E adormeço
Ao lado do meu amor.
segunda-feira, 18 de julho de 2016
LÚDICO MODO DE AMAR
E contarás a teus filhos
Sobre o dia de hoje.
Sobre como esperei
Pacientemente
Pelo choro incessante
Que não veio.
Tu crescerás e falarás do sonho,
Das coisas novas,
Das provas da escola,
Dos amiguinhos,
Da professora.
E assim, como tudo
É tão novo para ti,
Tudo será inusitado
Para mim.
Pois reaprendo contigo,
Renasço,
Sou criança
Vivendo
Tudo de novo
Tudo de bom.
Sou sua mamãe pig
E você minha menininha
Nesse mundo mítico
De Pokémon!
quarta-feira, 13 de julho de 2016
VÉSPERA DE UM BEIJO
Do fruto de um beijo
Um filho.
Feito trilho
De uma lógica louca,
Tua boca na minha,
Sem heresia,
Tua pele fez
Flor e lirismo.
E se assim é preciso
Um jardim de amores
Seremos flores
Para nossas flores
Que carregam
A semente
De algo plantado,
Entre gentes
Há tanto tempo.
Tua pele
Na minha
Flor lírica
Que ao meu lado
Caminha,
Além dos anos.
Terno
É o afeto
Descoberto
Ainda que o fogo
Fira a flor,
Mas as raízes
Se encarreguem
De reflorestar
O dom do amor.
terça-feira, 29 de março de 2016
Pelos 2 Anos Dela...
Meu coração marejado tenha sido reabilitado ao amor pela sua existência.
E quando me imagino sem você há alguns anos atrás, eu me dizia o nada,
Pois assim me sentia por dentro. Vazia era minha poesia.
Hoje com a sala cheia de brinquedos, meus tablets repletos de desenhos,
Minha cama desarrumada continuamente eu tente restabelecer a ordem das coisas
Sendo minha pequena sempre em primeiro lugar.
Talvez como uma canção leve, eu não me negue o reinvento.
Eu seja menos do que prego, mais fluída que o vento.
Destituída da profundidade das coisas
Na fina estampa
Do amor que aprende as cores.
E a menina que alterna entre o balé ensaiado,
E o dependurar-se na mobília
Eis que tenho na minha filha
O maior de todos os tesouros.
segunda-feira, 21 de março de 2016
39
Há uma menina que habita a mulher
Que se desfaz no tempo do refazimento.
Ainda me lembro, como se fosse ontem,
Dos meus primeiros bolos,
Das festas simples e tão cheias de amor.
No álbum telúrico de minhas memórias
Histórias tantas de esperanças,
De minha mãe brincando comigo
No aniversário de nove anos,
Há 30 anos atrás...
A câmera acelera, ultrapassando o vácuo
Do lamento de um vazio em mim, o qual
Sei nunca encontrará remendo suficiente.
Ultrapasso minhas próprias falhas,
E enquanto ensino a menina pequena
A rezar...Rezo junto:
Para que o próximo ano seja feliz,
Que o dia de amanhã seja amoroso
E que eu não me lamurie de saudade.
(Não mais do que o necessário).
Há uma pausa inexorável
Nos meus pensamentos.
.......................................
O que farei do tempo que me versa,
Como se eu corresse ao encontro
Dos abraços negados pelo destino?
Haverão tantos beijos quanto os
Sonhados pela menina
Que fazia bolos de terra ao cinco anos
Como se fossem delícias de morangos?
Uma lista de músicas nostálgicas
É a trilha
Do filme de uma filha tão amada
Quanto o amor com o qual alimento
A pequena que pede "a bença"
E cristaliza o melhor do que trago
Por toda minha existência.
quarta-feira, 9 de março de 2016
CAFÉ COM POESIA
Queria viver da colheita de versos.
Como se rosas fossem a compor
As notas suaves e enigmáticas.
Ser asa leve feito pétala.
Sentar-me com uma xícara de chá
E falar de amor sem ser sintética.
Haveria gentileza em buquês,
Riso orvalhado entre gentes.
E mesmo que o sol tornasse
Árduo o cultivo das amizades,
Das formas como se comportam
As flores, haveria uma trégua de dores,
Na quietude desse quintal.
Pois poesia precisa
De um templo sagrado
Para se rezar a oração
Do que de fato é
Essencial.
quinta-feira, 3 de março de 2016
BORBOLETA EM FOLHAS
Entre folhas me vejo, arpejo além do casulo, e num pulo volto a me procurar.
E assim menina leve como bolha
Numa folha me rabisco cisco alado
Na imensidão que me desprende
Do fardo de um corpo cansado,
Sou alguém que compreende
A necessidade da inexatidão.
Aquarelo-me. Como se um galho
Desse o sustento, quase falho,
Para as coisas que teimam
Dentro de mim buscar
O grito da multidão.
Silencio novamente a busca,
Delineio nova dúvidas...Inquieta...
Natureza intrínseca poética
Que me faz volitar além
Da massa cinzenta daquilo que sou.
Figura metamórfica
Que me escreve no papel
Como uma alma
Que se reinventou...
domingo, 14 de fevereiro de 2016
DOCE ÓPIO
Das indubitáveis sendas em que me escondo
Ainda sondo os filhos do silêncio. E sem consenso,
Tampouco consentimento, tomo conta
Da pérola negra. Chove lá fora, enquanto me desoriento,
Feito bússola quebrada me guio,
Num navio sem convés, como trem sem trilho,
Sombra de um mundo sem sol em cores carnais,
Rubras,
Mesclo figuras que vejo, no álbum de recortes
Da minha filha Poesia, que por hora dança balé
Apenas com um pé.
Empoeirados estão meus livros e dedos,
Mas minha língua canta, como se apenas
Os anjos me ouvissem. E de fadiga, sob nuvens
De algum filme quase épico, eternizo folhas
Em tom de ocre, como se algum chá amarelo
Devolvesse-me o tempo que já passou.
(Em meio a tudo isso me questiono: o que fiz,
Para onde vou? Será que posso? Ainda sou?)
Suspensos assim seguem meus suspiros e
Tentativas de discernimentos...
Quando minha única certeza é
De que hoje meu corpo descansa
Nos arcos da ilusão.
domingo, 24 de janeiro de 2016
UM POEMA DE DOMINGO
Quanto tempo nos restará antes
Que se ergam sobre nós os oceanos?
E que nossos enganos nos cobrem
Acertos, enquanto estudamos
Um meio de desmaterializar o destino?
Existe ainda vanguarda no sopro
Que reverbera o meu espírito
Ou sou réplica
De um consensualismo banal?
Será possível
Suplantar minhas próprias expectativas
Incrustando realizações,
Além da ansiedade e do desassossego?
Como alguma graça metafísica
Traduzindo novas premissas
Antes do derradeiro descortinamento!
Quando, por fim, eu apazigue
Sonhos e cada um
Dos meus desvelamentos.
E eu viva mais aqui e agora
Plena entre o que fica
E o que jogo fora
No eterno ciclo do refazimento.
domingo, 10 de janeiro de 2016
QUASE HORA DE PARTIR
Vida cheia de retornos, assim somos,
Mais que frutos do nosso meio, creio,
Somos produto da nossa intenção...
O tempo passa além de nossos veios
E as estrelas, testemunham ceias
Nas quais se bendizem orações...
Permeiam assim em mim evoluções
Que reluzem meu sonho nascedouro
Levo na mala lembranças do sonho,
Relíquias dos antepassados, escudos
Que meus traços claros deixaram
Para minha semente filha do novo sol.
Já sou lágrima antes da despedida
Abandono antes da partida
Saudade dessa e de outra vida
Chuva a cair sem descanso.
Sou flor caída de uma tela antiga...
Meu único alento é saber de onde venho
Que tantas casas carrego no senho
E que em minhas mãos
Repousa minha morada.
E minha filha, feito eu
Andarilha
Percorre comigo
A mesma estrada...
(Tela à óleo por Mirian Marclay Fraga)