terça-feira, 20 de março de 2012

CARTA DE AMOR V



Às vezes me indago de que adianta escrever-te,
Pois há uma distância cada vez maior entre nós,
Em que percebo nós mesmos do amor o algoz.
Ainda ontem havia a doçura do tempo em que
Eu seria tua amada, teu único encanto, o canto
Sublime de rouxinóis e cotovias,
O teu amado poema em corpo de mulher-
A inspiração que a tua poesia quer.
Havia esse sentir que ardia o dia, e que
Na noite das almas solitárias
Aquecia a madrugada fria.
Tuas palavras decantavam-me
Teus olhos e lábios chegavam-me
Nas letras e palavras que meu olhos liam.
Quando nada deixávamos de nos dizer
E até teu suspiro eu sentia por telepatia.
Existe razão em viver da saudade
Quando o amor foi feito para felicidade?
Preciso muito de ti ao meu lado
De um amor que possa ser tocado.

Restabelecendo-me a harmonia.
Da mesma forma que a melodia
Foi feita para a canção
Fui feita para estar contigo
No terno toque de magia...

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