quarta-feira, 16 de julho de 2025

CONJECTURAS


Quando eu já não mais era
Na esfera etérea do ser,
Na espera do entardecer
Vi que me desfiz.
Partícula do nada
Enfadada por coisas
Imantada de porvir.

Nuvens e raios, silêncio
Vi-me rendida ao que
Não pertenço e que
Aos poucos se desvencilha de mim.

Um corpo e um copo
Onde a profundidade
Arrasa.

Um corpo sobre um corpo
E a beleza
De um voo sem asas.

Entardeceu e o breu
Surgiu.

Não, não sou a lua
Que cresce na imensidão.

Sou a questão sem resposta
Aposta que não se joga
Nem roga
A própria redenção.

Cristalizada nas memórias
De alguém que não ousou
Ser
Sua melhor versão.

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