Na esfera etérea do ser,
Na espera do entardecer
Vi que me desfiz.
Partícula do nada
Enfadada por coisas
Imantada de porvir.
Nuvens e raios, silêncio
Vi-me rendida ao que
Não pertenço e que
Aos poucos se desvencilha de mim.
Um corpo e um copo
Onde a profundidade
Arrasa.
Um corpo sobre um corpo
E a beleza
De um voo sem asas.
Entardeceu e o breu
Surgiu.
Não, não sou a lua
Que cresce na imensidão.
Sou a questão sem resposta
Aposta que não se joga
Nem roga
A própria redenção.
Cristalizada nas memórias
De alguém que não ousou
Ser
Sua melhor versão.
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