quinta-feira, 19 de novembro de 2015

SUSSURROS DO ENTARDECER

Eu me escondo, na delicadeza das coisas não ditas.
E se a alma ainda acredita ser solúvel, em brumas,
Ou algo ainda mais volúvel,
Talvez eu assuma toda impaciência e fadiga
Essa que liga meu espírito ao suspiro do eu que habito.
De toda tolice que ouço no outro é em mim que deposito
O eco do vazio e das faltas que não preencho.
Andaria contigo novamente a minha poesia,
Em qual ponto de nós mesmos nos desencontramos?
Tem anos que sonhamos ver árvores que plantamos,
Divagar sobre alguma rica filosofia, redescobrir
Verdades ocultas mas explícitas em fotografias...
Eu me escondo no oposto da luz,
Na imagem da cruz
Em alguma estrada que abafa a lágrima...

Mas minha última lástima
Eu guardo
Para as lacunas de nós.

Esse sopro de esperança
Que de mim a ti chegue
Ao menos...A minha voz.


Para Gil Façanha

Um comentário:

  1. Mirian, minha tão querida amiga que o mundo virtual me trouxe, me mostrando que é possível coisas boas assim acontecer. Sinto tanta saudade daqueles nossos momentos de longos diálogos onde nos tirávamos todas as máscaras, onde descobrimos que em algum lugar desse país, há alguém que realmente pode nos entender e nos aceitar como somos. A vida é mesmo uma constante renovação. Hoje você é mãe, hoje minha vida anda tão corrida que quase não uso redes sociais.... mas é sempre bom saber que ainda estamos aqui e aí uma para a outra. Te adoro amiga. Não importa quanto tempo passe, sempre estarei aqui pra vc. Muito obrigada pelo carinho em forma de poema. Fico lisonjeada e muuuuito emocionada com tamanha maravilha. Que Deus te abençoe e te inspire sempre.

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