sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A ROSA E O CRAVO





Dou-me a ti amor, como terna flor que se liberta
Dos dias, das noites, dos áridos açoites do sol
Da solidão da lua, no torpor de ser tua entre o breu
E a manhã qual fosse um talismã que a vida oferta.

Em seda cedo aos teus desejos, milhares de beijos
Que nosso leito em jardim suspenso é infindo
Um traço lindo no céu, um tempo lindo sem véu
A fonte de vida que vejo no desvelar de um ensejo.

Fosse humana seria carne, sou flor
Fosse insana seria a face do amor.
Sou-te lânguida rosa em prosa.
Que se faz concreta em singelo verso.
E teço, em vermelhas pétalas,
A doçura que te encanta,
E planto no teu peitoanto que te assanha
E faço a manhaue tua amas,
Serena, do sereno desse céu
Que te dou em meus lábios de mel.

Dou-me a ti, minha amada, meu sopro de nada,
Qual flor que te sou desse teu mel sou o favo
Desse desejo escravo, desse amor sou teu cravo.
E planto em ti
Com vigor
A semente do meu amor.
Crave em mim os teus espinhos,
Suporta-me em meus desalinhos
Eleva-me nestes caminhos que sou pouco sem ti,
Uma flor sem pudor que deixaria o sentir.

E assim, ama-me nas fissuras florais
Toma-me nos torpores carnais,
Deflora-me em tua candura que sou

O cravo que te desfolha
Na mais completa ternura...

Um comentário:

  1. Um trabalho esmerado e pleno de inspiração, como sempre. Uma vez mais, aceite meus parabéns, amiga, e que o universo te propicie momentos inspiratórios cada vez mais conectados com teu Eu superior, querida. 1 beijo do amigo,

    the ^..^ Osmar.

    ResponderExcluir