terça-feira, 8 de janeiro de 2013

MELANCOLIA




Antiga alma que me cala no dia caloroso e na noite fria,
Preciso da doçura que me traga o valoroso amor - a empatia
Que libere meu peito de um querer impossível - inatingível.
Saudosa alma de um coração licoroso, açucara a minha cara
Me destila! E me destina um corpo vigoroso que a carne arde
Muito além do verso e da poesia.
Dessa pele que arrepia,
Dessa vista que embaça!
Da vidraça e do vapor - dá-me o calor além do frio
E o frio para os tempos da fervura.
Libera-me da loucura de amar demais,
Que só quero ser menina e caminhar na pracinha e
Ver os contornos de Deus nos céus.
Eu me esparramo em ambrosia,
Farto-me da caloria que me consome
Tento esquecer um nome
E dar voz ao que me enobrece.
Ainda quero o inusitado que dê vida a cada um dos meus sentidos
E ao mesmo tempo a paz me que abasteça o corpo desfalecido.
Parece-me que hoje tenho o tempo e não tenho o verbo
E que não sei mais nada de entrega
Quando penso haver sossego
E o desassossego é o desafio do vento.

Sinto visceralmente que tenho a brasa e não tenho ar.
Que tenho tanto e não tenho nada
Se eu não puder simplesmente além de viver o amor
Do amor enfim me recordar.

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