sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A CHUVA QUE CAI




A chuva que cai e molha teu corpo sou eu
Distantes gotas da seiva esculpida por Deus.
Dançando no céu
Bailando no vento sem véu.

A chuva que cai e molha os cabelos meus
Cola em meu corpo essa parte da paisagem
E numa miragem transporta-me aos braços teus.

E quando penso que sou uma gota apenas
Singela dançarina na vida e no poema
Sou todos os mares e as marés
Todos os teus desejos de amar-me
E tu sabes que sei sê-lo além da fé.

E quando pensas que me convence a vontade
De dar-me a ti o vento quando bailo
Em queda livre, em meus rodopios de liberalidade
Evaporo-me por teus poros, e te perfumo.

Eu sou a chuva que te molha
Eu sou a chuva que te olha
Ainda que venha num raio sem rumo
Torta, de desejo quase morta
No mesmo piscar de olhos em que sumo!

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