terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O SILÊNCIO




Que meu verso seja sábio, a sabedoria que não infame a alma,
E o compasso que seja lento...para que saibas que
É de forma simples e sincera que venho às portas do teu coração.
Muito de mim não te digo.
E muito do que expresso não sei como interpretas.
Tudo se passa num turbilhão sem fim.
As dores e alegrias, essa vontade
De que o tempo me leve sempre até onde estás
E que a solidão que me cerca
Se olvide de nós e não nos fira.
Ou, em caso extremo,
Que se opere uma amnésia específica do
Tanto o quanto já nos quisemos.
É um doce veneno esse amor, que ao final
Do dia e da noite não se resume, e quando
Penso que meu caminho é livre, ao ver-te,
Todos os espinhos ferem-me a carne,
A luz torna-se confusa, a boca arde
A visão obtusa, e ainda que seja tarde
Torno-me reclusa a buscar-te ou
Em busca do passado de nós e dos planos
Que sonhei para mim.
Não sei porque insisto em falar-te, o erro é meu.
É que não consigo interpretar o silêncio,
O teu silêncio - é esta incógnita
Da espera que dilacera.
E me penitencio,
Pois não te compreendo
Nesta ausência das palavras em ti...

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