terça-feira, 17 de julho de 2012

A RECIPROCIDADE DO AMOR




Quando as luzes da ribalta se apagarem e este espetáculo
Toda essa representação metódica a que me dou em vernáculo
E quem sabe eu não precise vestir mais de uma face,
Tecer mais um de um disfarce,
Eu possa beber mais do cálice do amor.

E não precise mais me calar...
Entoarei na tua boca o canto
Da paixão que te hipnotize
Quando o amar
Não mais nos martirize.

E tu também te reveles
A verdade além das telas
E das celas das vertências
Regidas pelas aparências.

Amar é reciprocidade!

Cantarei então noites e noites a fio,
Em barcas de tantos rios caudalosos
Como os cavalos vigorosos
Dos prados que se embrenham nas florestas
E fazem deste encontro a festa de seus arrepios.

Vestirei apenas seda
Não cederei a mais nada que não seja essencial
Selarei as minhas incertezas
Entre as cores do carmesim e do marfim
Que me habitam ao longo dessa jornada visceral!

Saberão por papiros que os afortunados
Venceram o clamor da pureza
Além do abandono.

E finalmente tiveram
Uma sagrada
Noite de sono.






Um comentário:

  1. Divina inspiração, minha doce e intensa Mirian. Tem tua alma no texto inteiro. Parabéns, amada.

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