quarta-feira, 18 de abril de 2012

POEMA PARA UMA ALMA




Cara alma que sou, da clara luz que me moldou
Ainda que as sombras me firam, calem-me,
Trago a centelha divina que me lapidou e a ti falo.
Descansa-me no altíssimo sentir, amansa os clamores.
Leva do corpo essas dores, de ti esses rancores,
Cubra-me de flores para que me recorde, ao entardecer,
Que havia leveza, melodia, uma sinfonia embalando
Indicando-me os compassos para continuar amando.
Bela alma que sou, irradia-me paz, sustenta-me!
Quando eu navegue em minhas tormentas, guia-me!
Provenha a rota, o barco, o farol. E assim, os meios para
Que eu não naufrague nas mágoas nem me queime ao sol,
Nos mares de amar, nos males desditosos do desejar.
Permita que eu aceite o que é imutável e que eu dispenda
Energia, essa emanação que sou, em prol do louvável
Do que caiba na palma da mão em serena oração.
Imersa no verso puro que acalma adormecerei a alma.
Para que só então desperte o poema do renascimento.

Que na palma da mão se faça canção,
O estribilho perfeito!
O alento deste peito!
O brilho que acalente o espírito
Que cure e regozije a carne ferida
Restituindo-lhe a real poesia de vida!

Nenhum comentário:

Postar um comentário