terça-feira, 3 de abril de 2012

QUANDO EU NÃO TIVER PALAVRAS




Recolherei a alma e a levarei ao limbo do meu surrealismo.
Esse paraíso que desenho de verdes águas além do abismo
De um céu em que a plenitude não é apenas um eufemismo.

Olharei cada fragmento que fui e refletirei com todo cuidado.
Tomarei uma nova forma - um espaço – e o traço será riscado
Esculpindo este quartzo rutilado do meu modo de ser sublimado.

Verterei toda lágrima que sufoco da dor que possa estar proscrita.
Permearei meus dramas e até o pensamento que me desacredita.
Amarei... incansável...rasgando-me...em milhares de pepitas...

Haverá um tempo em que o verso se fará o silêncio do sim.
Destilarei um novo perfume, de cada pétala extrairei um fim
Quando eu não tiver palavras voltarei ao princípio de mim...


(Leia agora de baixo para cima) 



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