quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Dar-me ao Fogo



Dar-me ao torpor que me pedes
A esse impulso furtivo
Ao teu amor que não medes,
De um instinto primitivo.

Dar-me a essas tramas de rimas
A esses dramas que limas
A tua lábia eloquente
A este modo que sente.

Querere-te é em um sofrer dar-se
Em laços incendiados
Pelos teus modos destemperados
Aquiescer em queimar-se.

E fluo por meios de veias
Por teias de raios que teces
Por súplicas de vernáculos e preces
Banquetes de fogo e romanas ceias.

Em aflição de termos me termas
Nas fervuras que me elevas
Cativando-me em trêmulas flâmulas!
Minha alma em volúpia de dar-se inflama!

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