quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Flor Humana




São nos silêncios, da minha boca, das minhas letras
Das tuas lassas, da minha ternura, do mútuo ímpetuo
Que lavro meu mundo de palavras em pura aliteração
Dos termos inexistentes, do criar e deixar criar-se.

São solidões de almas dicotômicas que se encontram,
Em ajuntamento de expressões e que guardam formas anatômicas,
Que a flor selvagem se refugia no espírito templário da poesia.
Resgatando-nos da algoz vida o poema toma voz, eis-me. Tomo forma.

Assim, estamos no limbo de nós, {(és)+cravo} a cravar o prego
Enquanto sou doce mel de rosa árabe, dos beijos que nego...
Uma essência de mulher atemporal, cujos ciclos de vida são infinitos...
Forjarme-ei até que alcance o verbo na conjugação mais que perfeita!

Transformada em verbo que sou, o verbo que encerra o verso
E na própria vida que se faz do verbo, em saga de compilar outros verbos e
Meu próprio dicionário, minha branca e negra poesia, meu molde literal!
Escrevi-me. Sou real. Sou poetisa. Sou flor humana, sou lírica à flor da pele...

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