domingo, 13 de novembro de 2011

A ARTE DO DESEJO



Não queria desejar o desejo de dar-me em beijo. Esse quase misterioso ato de conjunção.
Essa quase convulsão meteórica de corpos.
Trafego centenas de quilômetros em teu corpo, só, já fazendo parte de ti, em meu celestial pensar.
E chego...no sentir...da arte de desejar... através de um beijo...que profane tua alma
E que te faça profanar as estruturas postas.
Um beijo, onde sejamos adão e eva, os únicos, a povoar o paraíso de nós mesmos, em  choque de astros dilacerados pelo querer.
Em que você permeie o mar de mim e as ondas dos meus cabelos, que se perca entre o espaço do queixo e do colo.
Nada que possuo é em vão. Nenhum estado, nenhuma dúvida. Tudo é milimetricamente significante.
Eu não queria beijar, nem desejar, nem perceber as emanações, olhares, essas expectativas do depois, quando sequer houve um antes, um agora.
Somos produtos de exasperações, de instantes em que se pergunta qual a razão que move o  desejo?
Como controlar o sangue que me corre nas veias?
E já te beijo mesmo sem beijar.
Já são tão teus os meus lábios, estes lábios que inocentemente por mim restaram guardados.
Qual éter sou o sussurro em ti, e este beijo que te olha o fundo da alma.
Em cantos de boca, em cantos da tua face, em disfarce do que a linha não descreve, neste breve silêncio de palavras quando bocas se encaixam.
Não há mais fala.
Só ouço a música.
Assim, tudo começa e nem tudo termina, em salas, quartos, recônditos.
Tantas vezes, olhando céu azul, em busca de compreensão, é no desejo, o  qual já não tento desfragmentar que me entrego.
E te vejo.
Em sofreguidão de tantos beijos... dos meus ensejos de transpor os espaços...
E aquele nunca querer-te, antes dito por esta boca que te beija,  resta aos meus pés caído, repisado em lágrimas doces,  vendo a  razão arrebatada pelo torpor  da guerra perdida  pelo desejo...insano e sem explicação...



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