quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A MORTE DO CORAÇÃO




Cantei em universo o meu amor finito
Quando olhos queriam ser pintados
Por um sentir mais que bonito
E hoje restam obliterados.

Cantei em plena prosa a vida que sentia
Quando um riso era a pura poesia
E tudo se fluía em plena fantasia, dizia
Que nada mais entre nós se transporia...

Cantei esse canto doído que ainda acompanha
O pouco de vida que ainda me resta
Em noite que toco a minha seresta
Da vida que se escorre com um pouco de manha.

E o que eram aquelas suaves melodias
Que chicotearam o sentir do viajante errante
Que traziam cheiros e perpetuavam o instante
E faziam amor entre suas poesias...

Foi então que novamente ouvi aquele vernáculo
Que brota em meio ao espetáculo
Das letras que se rasgam e me completam.

Sou incerta, em displicente imperfeição
E mesmo sem querer
Matei tua paixão.

Sou desfeita, em recorrente exasperação
E mesmo te querendo
Matei teu coração.

Sou poeta, em minha própria ilusão
E de tanto querer ser amada e te querendo
Matei tua intenção.

Sou imperfeita em recorrente reação
Arranquei o amor que ainda me tinhas
E quando já não me querias, levei teu coração...

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