domingo, 22 de janeiro de 2012

CARNE ALADA

É em suave poesia que desvelo a alma, incorporo-te.
Banho-me em teu rio de flores, e beijo as tuas dores.
Elevo-te ao cristalino pulsar, das estrelas que busquei
Quando uma luz ofuscou tua sensorial percepção,
Meus lábios sussurraram-te esse caminho
E, ao longe, meu perfume, impregnou-te.
Teu íntimo me sorri, ainda que chores
No silêncio oculto das palavras.
Sublimando, pinta-me.
Desnudando-te
Dizes:
Amo-te
E faz-me tua doce amada idolatrada.
Carne Alada.
Libero-me qual aquilo que imagino ser
Disseco-me cada camada, até decompor-me, qual parte do nada.
Quando assim revelada, no espírito, essa essência decantada,
Musa errante de um viajante, metamorfose dissonante
Semi deusa posta ao banquete do poema
Liricamente volito, movimentos ritmados
Ao passo do abraço do peito que habito.
Borboleta em viva carne, sonata sem fim.
Noite divagante, suspiro que compassa
Noite inebriante, do torpor que transpassa
Resto como o beijo nas cores das minhas asas
Resto como o ensejo nas flores das minhas casas
Resto como o desejo nos amores das minhas lassas.

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