segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O POEMA E A POESIA



A vida que se expressa em arte é testemunha de um amor havido
Que se fez em delicadeza, na sutileza sonhada, no mais puro sentido
Singelos amantes - Poema e Poesia, produtos do soberano tudo
E do majestoso nada.
Consumaram-se em letras, em tantas tramas de pergaminhos,
Em dramas e descaminhos, em pétalas e densos espinhos,
Suplantando a vida imediatista, apaixonaram-se.
Qual a mais sublime conquista
Entregaram-se a um amor
À primeira vista.
Escreveram-se no íntimo, no ínfimo,
Em folhas, em rolhas de vinho,
Ao longo de um mesmo caminho.
Qual éter de um amor etílico.
Quis a vida dar-lhes campos, onde correram
E dar-lhes riachos de beijos onde se entregaram
E em sedas e papéis tatuaram-se em mel,
Que lhes escorria no imaginário
Do mais adocicado céu.
Mas o tempo que tudo transforma,
Levou-lhes a diferentes veios, qual água e vento.
O poema inclinou-se ao lamento
E a poesia, cansada daquela mágoa
Fez as malas e mudou-se com a rosa
Foi dar vida a uma nova forma de prosa.
Sei que sentem falta um do outro
Qual fossem um só corpo uma alma.
E recordam-se saudosos daquela viagem realizada
Ao longo da mesma sinuosa estrada,
Sabendo que tudo é transitório, passageiro
E que esse amor não é página virada.

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