domingo, 6 de maio de 2012

COMO JOANA D'ARC




A tão alto estimar um amor elevei 
Como se fosse o rei 
Que em algum altar coroei
Para que me liberasse do meu próprio vazio.

Talvez não soubesse de nada, não visse que
A tirania imperava e quis fazer valer o que queria.
A pressão transforma em vapor
A opressão fere e leva o amor.

Vilipendiaram-me o sol, azedaram-me a ambrosia.
A guerra dos insones destelhou-me o céu de estrelas.
Condenaram-me viva à fogueira, 
Fui martírio e mito de mim sem heresia.

E se tua alma, como a minha vaga e chora 
E em súplica de amar teu peito te devora
Dá-me de beber da líquida ternura
Na fundura de mim recolhe-me, 
Restabelece-me a armadura
Que os destronados amam
Muito além da amargura!

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